Crescimento dos Preços Impacta o Setor de Alimentação Fora do Lar
O setor de alimentação fora do lar no Brasil enfrenta um cenário desafiador devido à significativa elevação nos custos de insumos essenciais, como carne bovina e energia elétrica. Dados recentes da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelam que o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) cresceu 1,34% em outubro, uma aceleração notável comparada à subida de apenas 0,18% em setembro. No acumulado de 2024, o índice registra um aumento de 3,91% e, nos últimos 12 meses, atingiu 5,10%.
Alta nos preços da carne bovina e energia elétrica
Informações do Cepea/USP indicam que, até a primeira metade de outubro de 2024, o preço do boi gordo acumulou um aumento de quase 20% em relação aos valores observados no final de 2023. Esta alta é atribuída principalmente à redução na oferta de animais para abate e ao aumento no consumo de carne bovina, tanto nacionalmente quanto internacionalmente.
Além disso, a elevação nas tarifas de energia elétrica, influenciada pela ativação da bandeira vermelha patamar 2 desde o início do mês, tem sido um fator adicional pressionando o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). As cozinhas, cada vez mais dependentes de energia elétrica, enfrentam um aumento de custos significativo tanto para refrigeração quanto para o preparo dos alimentos.
Impactos no setor de alimentação fora do lar
Matheus Dias, economista do FGV IBRE, destacou que os produtos agropecuários sofreram os efeitos da seca, impulsionando a aceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). A taxa de matérias-primas brutas no IPA saltou de -0,86% em setembro para 3,94% em outubro, com contribuições significativas dos aumentos nos preços do minério de ferro, soja em grão e bovinos.
Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), relatou que em diversas regiões do país, os fornecedores de carne bovina já praticam aumentos expressivos de preços, com relatos de até 20% de alta no valor do filé mignon em alguns estados.
Desafios e perspectivas
Os bares e restaurantes enfrentam dificuldades em repassar esses aumentos aos consumidores sem afetar a demanda. Solmucci também expressou preocupação com a decisão do governo de adiar a discussão sobre a volta do horário de verão para o próximo ano, uma medida que, segundo ele, poderia gerar economia de energia e aumentar o faturamento do setor.
Esse cenário impõe desafios significativos para operadores do setor, que necessitam de estratégias eficazes para mitigar os impactos desses aumentos nos custos operacionais e manter a viabilidade dos negócios no competitivo mercado de alimentação fora do lar.
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