ABIPLAST Celebra Conquistas do Setor e Aponta Caminhos para Indústria em 2025
O 41º Encontro Nacional do Plástico, realizado em dezembro de 2024, em São Paulo, trouxe à tona importantes reflexões sobre os avanços da indústria do plástico e as metas a serem alcançadas em 2025. Organizado pela ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), o evento contou com a presença de associados, autoridades, além de líderes e representantes do setor. Durante as discussões, os participantes revisitaram os desafios enfrentados ao longo do ano e as prioridades a serem estabelecidas para o futuro próximo.
Reflexão Sobre os Desafios de 2024
Em um jantar de confraternização, o presidente do conselho da ABIPLAST e do SINDIPLAST, José Ricardo Roriz Coelho, fez uma análise crua e direta sobre os obstáculos que marcaram as atividades da indústria em 2024. Ele enfatizou que as questões de competitividade e sustentabilidade não são apenas palavras de ordem, mas sim pilares fundamentais para a sobrevivência e inovação no setor. A sua declaração deixa claro: “Sem competitividade, não conseguiremos oferecer inovação e qualidade aos nossos clientes”.
O presidente apontou também que a indústria enfrentou uma série de pressões, incluindo o aumento de produtos importados advindos de países como a China, e que os altos custos operacionais no Brasil, resumidos na expressão “Custo Brasil”, não foram mitigados como esperado. Ele comentou que “as elevações tarifárias pouco contribuíram para a redução do Custo Brasil”, o que coloca o setor em uma posição vulnerável no mercado global.
Avanços e Conquistas do Setor
Apesar dos desafios, Coelho ressaltou que o ano de 2024 também trouxe bons resultados para o setor. Um dos principais avanços mencionados foi a criação da NIB (Nova Indústria Brasil), uma iniciativa ambiciosa que prevê investimentos superiores a R$ 400 bilhões. Esse projeto não só representa um suporte financeiro significativo, como também denota um compromisso com a modernização e inovação dentro da indústria. Além disso, a aprovação da medida de “Depreciação Acelerada” foi celebrada como uma ferramenta que pode otimizar o fluxo de caixa nos projetos de investimento, facilitando a recuperação e expansão das empresas.
“É essencial que essas ações tenham impacto real na produtividade”, afirmou Coelho, ressaltando que a NIB deve funcionar como um verdadeiro “Plano Safra” para o setor, o que implica na necessidade de ações concretas e efetivas na prática que se traduzam em melhorias visíveis.
Foco em Sustentabilidade e Adequação a Novas Regulamentações
Um dos temas centrais abordados durante o Encontro foi a necessidade de adaptação às novas regulamentações que estão emergindo no setor, especialmente no que tange à sustentabilidade. Com a crescente pressão por políticas de logística reversa de embalagens plásticas, Coelho destacou a importância do suporte da ABIPLAST às empresas para que se ajustem às novas exigências legais.
“Continuaremos liderando os esforços para apoiar as empresas”, afirmou o presidente, enfatizando a missão da entidade em trabalhar para reduzir o Custo Brasil e fortalecer iniciativas que melhoram a imagem do plástico na sociedade. Essa estratégia é vista como essencial para garantir que a indústria do plástico não seja apenas uma opção viável, mas sim uma solução ambientalmente consciente no futuro.
Ações para as Indústrias em 2025
Durante o encontro, também foi divulgada a assinatura do segundo convênio com a ABDI, com o intuito de aprimorar os serviços da plataforma Recircula Brasil. Coelho mencionou que “o sucesso da plataforma foi tão significativo” que não só a rastreabilidade do setor plástico será abordada, mas também será expandida para incluir os setores de alumínio e têxtil. Essa expansão é um passo estratégico para promover sustentabilidade e eficiência em diferentes segmentos do mercado.
Outro projeto que ganhou destaque foi o Recicla Bertioga, que, assim como outras iniciativas no litoral paulista, demonstrou resultados impactantes tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. O Programa Nacional Recicla Cidade, iniciado em 2022 no Guarujá, conseguiu reciclar mais de 84,7 toneladas de embalagens plásticas, enquanto o Recicla Praia Grande coletou 77 toneladas de materiais recicláveis. Estes números evidenciam não apenas a eficácia das ações de reciclagem, mas também a consciência crescente junto à população sobre a importância da sustentabilidade.
Movimento Plástico Transforma e Empregos Gerados
Outra ação significativa mencionada no evento foi o Movimento Plástico Transforma, que entregou materiais escolares feitos de copos plásticos reciclados para escolas em Rio Grande do Sul, coletados durante a corrida de São Silvestre. Essa ação não apenas impulsiona a conscientização sobre a reciclagem, mas também gera um impacto positivo na educação, ao fornecer materiais inusitados e sustentáveis.
Além de contribuir para ganhos ambientais, o setor do plástico provou ser uma fonte vital de empregos e renda. Dados apresentados na ocasião revelaram que a produção de produtos transformados em plástico gerou 363,4 mil empregos em 12,4 mil empresas, enquanto o setor de reciclagem empregou 15,4 mil pessoas em 1,6 mil empresas. No total, a indústria atingiu um faturamento de R$ 123 bilhões, solidificando sua posição como o quarto setor mais relevante do país, conforme o Perfil 2023 da ABIPLAST.
Perspectivas para o Futuro
À medida que a indústria do plástico se prepara para 2025, a integração de práticas sustentáveis e a busca por inovação continuam a ser focos centrais. A capacitação das empresas para enfrentar a transição das regulamentações também será vital, juntamente com a promoção de iniciativas que levem em consideração não apenas o crescimento econômico, mas também o bem-estar social e ambiental.
As ações discutidas, como a NIB e o suporte da ABIPLAST diante das novas regulamentações, destacam o comprometimento do setor em evoluir e se adaptar a um mundo em constante mudança. Através da colaboração e do apoio mútuo entre a indústria e as entidades reguladoras, o futuro do plástico no Brasil promete ser não só um pilar de inovação e eficiência, mas também um modelo de sustentabilidade que pode ser seguido globalmente.
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