O Impacto do Discurso Político na Descarbonização dos EUA
O comprometimento dos Estados Unidos no processo de descarbonização persistirá, mesmo diante do discurso favorável aos combustíveis fósseis proposto pelo ex-presidente Donald Trump. Segundo Evandro Gussi, presidente-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), enquanto Trump defendeu a expansão da exploração de petróleo, as verdadeiras decisões sobre a descarbonização da economia norte-americana são multifacetadas e ocorrem em várias camadas institucionais.
Gussi destacou que, apesar da posição de Trump, a Califórnia e outros estados vão continuar importando etanol do Brasil. A estrutura institucional dos Estados Unidos permite que esses municípios tenham autonomia para manter suas políticas de redução de carbono, independentemente das diretrizes federais. Esta abordagem descentralizada significa que a descarbonização dos EUA continuará avançando, mesmo em face de apelos por combustíveis fósseis.
O Papel do Etanol na Estratégia de Descarbonização
No cenário global de descarbonização, o etanol surge como um elemento crucial, especialmente para os Estados Unidos. O etanol brasileiro, com um perfil de baixa emissão de carbono, é visto como essencial para as metas de redução de emissão, mesmo quando confrontado com barreiras tarifárias no Mercosul.
Enquanto os Estados Unidos são líderes na produção de etanol, o Brasil, conhecido por seu etanol de cana-de-açúcar, continua a ser um forte concorrente. Apesar das tarifas que o etanol norte-americano enfrenta, Evandro Gussi reforça que não há sentido em reduzir a tarifa, dado que o etanol brasileiro contribui significativamente para a mitigação de carbono.
A Influência das Corporações e do Acordo de Paris
Apesar das políticas federais norte-americanas, Gussi sublinhou que muitas das maiores corporações globais, incluindo gigantes dos Estados Unidos, permanecem comprometidas com o Acordo de Paris. Estas empresas prosseguem em seus objetivos de neutralidade de carbono, movendo-se independentemente de qualquer política que emperre a descarbonização.
Com a retirada dos Estados Unidos do protocolo ambiental global ratificado por Trump, as empresas privadas ainda veem a descarbonização não apenas como uma responsabilidade social, mas também como uma oportunidade econômica. Este compromisso contínuo da iniciativa privada sublinha a resiliência das metas de descarbonização dos Estados Unidos.
Avanços na Produção e Consumo de Etanol no Brasil
Em 2024, o Brasil atingiu um recorde histórico na oferta de etanol, com a produção de 36,83 bilhões de litros. Este aumento significativo é impulsionado pelo crescente cultivo de cana-de-açúcar e o investimento robusto no etanol de milho.
Surpreendentemente, 33,5 bilhões de litros desse etanol foram destinados ao mercado interno, sendo o etanol hidratado responsável por uma parte substancial desse volume. Esta crescente demanda por etanol hidratado no Brasil reflete uma mudança significativa no mercado de combustíveis, apontando para uma preferência cada vez maior por biocombustíveis sustentáveis.
Projeções Futuras e Desafios na Produção de Cana-de-Açúcar
A safra de 2024/2025 projeta ser uma das maiores para a cana-de-açúcar brasileira, apesar de ter enfrentado desafios climáticos de baixa precipitação. Esta adversidade causou uma queda de mais de 10% na produtividade até o momento.
No entanto, a produção de etanol de milho continua a se expandir, com uma previsão de crescimento de 30%, contribuindo significativamente para a produção total de biocombustível do país.
Campanha “Vai de Etanol” e Iniciativas Futuras
Para promover o uso do biocombustível, a Unica lançou a campanha “Vai de Etanol”, aproveitando a influência do apresentador Tadeu Schmidt para destacar os benefícios do etanol. Essa campanha visa aumentar a conscientização pública e incentivar o consumo sustentável de energia.
Simultaneamente, mudanças regulatórias, como a iniciativa “Combustível do Futuro” e a reforma tributária, prometem reformular o mercado bioenergético brasileiro. Estas medidas visam aumentar a mistura de etanol anidro à gasolina e harmonizar a tributação de combustíveis em todo o país, potencialmente tornando o mercado de etanol mais inclusivo e competitivo.
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