Resumo do Aumento de Preços nas Resinas de Volume
No final do terceiro trimestre, os preços de quase todas as resinas de volume apresentaram alta ou caminhavam nessa direção. Com a aproximação do quarto trimestre, a trajetória, com exceção do polietileno (PE), projetava-se, em grande parte, estável, com alguns casos de queda. Os fatores que contribuíram para isso foram diversos, incluindo a escassez de suprimentos devido a interrupções planejadas e não planejadas na produção, custos mais elevados de matéria-prima e uma recuperação incremental na demanda interna. Adicionalmente, a temporada de furacões trouxe incertezas que influenciaram o mercado.
Impactos das Interrupções na Produção
As interrupções na produção causadas pela passagem do furacão Laura pela Costa do Golfo dos EUA geraram algumas flutuações nos níveis de produção, além de ações de força maior em algumas instalações. No entanto, a maioria dessas interrupções foi de curto prazo. No caso das poliolefinas, essa curta duração aumentou a pressão de preços, levando a uma elevação nas cotações. O aumento nos preços também teve um efeito negativo nas exportações, que estavam fortes no início do verão, especialmente para PE e PVC, gerando expectativas de uma tendência geral de preços mais estáveis ou em queda, que poderia ajudar a recuperar parte desse mercado.
Preços do Polietileno em Alta
Os preços do polietileno subiram 5 centavos por libra em agosto, marcando o terceiro mês consecutivo de aumento. Os fornecedores estavam buscando um quarto aumento, também de 5 centavos, para setembro, ligado a eventos climáticos reais e potenciais. Segundo Mike Burns, vice-presidente dos mercados de PE na Resin Technology, essa terceira elevação gerou uma melhora nas margens de lucro dos fornecedores, impulsionada principalmente pela demanda provocada pela pandemia de COVID-19. Durante esse período, as exportações robustas e a baixa taxa de produção limitaram a disponibilidade incremental de material no mercado interno.
Os consultores do setor observaram que a escassez de material em spot era cada vez mais evidente, e as previsões indicavam que essa escassez continuaria, contribuindo para o suporte ao aumento de preços. Apesar de as exportações permanerem fortes, as crescentes elevações de preços deveriam limitar vendas incrementais, ajudando a trazer mais material para o mercado doméstico. Para o final do ano, as expectativas eram de que os preços do PE continuariam com uma trajetória de alta, embora uma possível estabilização fosse aguardada para novembro.
Polypropileno: Aumento Atual
Os preços do polipropileno subiram 3,5 centavos por libra em agosto, alinhando-se aos preços do monômero de propileno, enquanto os fornecedores também buscavam implementar um aumento de margem de 2 centavos. De acordo com Scott Newell, vice-presidente do mercado de PP, a expectativa era de que a extração de margens adicionais se tornasse uma realidade em breve, dado o mercado apertado que passaram a enfrentar. A recuperação da demanda interna e taxas de produção que se mantiveram desafiadoras em torno de 82% durante o ano foram citadas como fatores que mitigaram os estoques de resina.
As previsões para os preços de polipropileno eram de que o mercado passasse por um período de transição em setembro, com os preços de outubro projetados para permanecer estáveis ou até mesmo diminuírem, especialmente com a reinicialização de unidades de monômero que aumentariam a disponibilidade. Esperava-se uma queda de 5 a 6 centavos por libra nos preços do PP no quarto trimestre, conforme as dinâmicas de oferta e demanda se ajustassem.
Poliestireno: Alta Seguido de Estagnação
Os preços do poliestireno subiram mais 2 centavos por libra em agosto, seguindo um aumento anterior de 3 centavos em julho, impulsionados principalmente pelo crescimento dos custos das matérias-primas. O aumento, embora significativo, não foi sustentado por uma demanda robusta, com as taxas de operação nas plantas permanecendo em níveis apenas de 70%. As perspectivas indicavam um caminho mais estável para os preços de poliestireno, com expectativas de que continuassem planos em setembro e outubro, a menos que houvesse uma alta acentuada nos custos das matérias-primas como o benzeno.
A previsão para os próximos meses é que, sem interrupções notáveis ou um aumento súbito nos custos de produção, os preços se manterão em um platô, refletindo uma volatilidade moderada, mas sem grandes expectativas de crescimento no consumo que justifique aumentos adicionais.
Cloreto de Polivinila: Ajustes Temporários nos Preços
Os preços do PVC ganharam 3 centavos por libra em agosto, após um aumento de 2 centavos em julho. Com os fornecedores determinando um novo aumento de 3 centavos previsto para setembro, as expectativas quanto a sua implementação eram otimistas. A baixa nos estoques dos fornecedores, que caiu 40% no acumulado do ano até julho devido a uma produção limitada, tem sido apontada como um dos motores principais das recentes altas. Embora a produção estivesse começando a se recuperar gradualmente, a influência das interrupções durante a passagem do furacão Laura não era esperada que causasse impactos duradouros no mercado.
A demanda interna por PVC, especialmente pelo setor da construção, permaneceu forte, prometendo continuar a sustentar os preços por algum tempo. Também foi reportado que as altas nos preços do PVC eram consequências do aumento dos custos do etileno e a pressão da demanda, antes mesmo das disrupções trazidas pela força da natureza.
Polietileno Tereftalato: Estabilidade no Mercado
Os preços do PET registraram uma queda leve nos contratos mensais de agosto, na faixa de 2 a 5 centavos por libra, com as tarifas de spot mantendo-se na média de 40 centavos por libra em elevações de 2 a 5 centavos. A demanda por PET na produção de garrafas e recipientes se manteve constante desde o início da pandemia, e a previsão era que os preços permanecessem estáveis no mesmo patamar no início de setembro, sustentados pela boa produção interna e pela oferta abundante de importações.
Em resumo, a expectativa é que o mercado de PET mantenha o equilíbrio entre oferta e demanda, assegurando que os preços se mantenham em um nível favorável, sem grandes flutuações a curto prazo que possam causar tensão no setor.
Acrilonitrila Butadieno Estireno: Aumento Moderado
Os preços do ABS aumentaram de 1 a 2 centavos por libra em agosto, com expectativas de um comportamento similar em setembro e outubro. Essa tendência de alta foi atribuída ao aumento nos custos das matérias-primas, principalmente do benzeno e do butadieno, e ao aumento da demanda global por produtos acabados. Espera-se que, à medida que nos aproximamos do final do ano, os preços finalmente se estabilizem, uma vez que as expectativas de demanda na indústria automotiva ainda são densas e não abruptas, podendo indicar um mercado mais calmo para a resina.
Policarbonato: Cenário de Baixa
Os preços do policarbonato continuaram em uma trajetória negativa nos primeiros meses do terceiro trimestre, após uma queda de 5 a 10 centavos por libra no segundo trimestre. As expectativas para setembro eram de que os preços se mantivessem estáveis. Embora a demanda por policarbonato estivesse recuperando em alguns mercados, como o automotivo e de construção, a taxa de queda em sua utilização contribuiu para a insatisfação da oferta, levando a uma expectativa de preços mais estáveis nos próximos meses.
Nylon 6 e 66: Preços em Queda
Os preços do nylon 6 permaneceram estáveis, mas após uma queda de aproximadamente 5 a 10 centavos por libra no segundo trimestre, com a superabundância de oferta e uma demanda baixa nos setores automotivo e de fibras dificultando novos aumentos. Apesar disso, alguns fornecedores começaram a sinalizar aumentos, mas esperava-se que as cotações continuassem planas ao longo do quarto trimestre, salvo ocorrências que possam interromper a produção global.
Enquanto isso, os preços do nylon 66 caíram 5 centavos por libra, refletindo as mesmas pressões negativas sob o mercado. A capacidade de ajuste da oferta foi vista, embora uma previsão de recuperação moderada na demanda fosse aguardada, com a expectativa de que o quarto trimestre indique um panorama mais otimista, dependendo das flutuações do mercado.
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