Calor extremo exige atenção redobrada no transporte de carga para evitar prejuízos
O aumento das temperaturas em diversas regiões do Brasil, especialmente durante os meses de verão, traz desafios significativos para o transporte de carga, particularmente aqueles que integram a cadeia fria. O transporte de produtos sensíveis – sejam alimentos, medicamentos ou insumos hospitalares – requer um controle rigoroso da temperatura, dado que uma pequena variação pode resultar em perdas financeiras vultosas, além de riscos à saúde pública.
A onda de calor no Brasil
Nos últimos dias, o Brasil tem experimentado temperaturas superiores a 30ºC, com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicando que 2024 está a caminho de ser um dos anos mais quentes em mais de seis décadas. Essa realidade climática impõe uma reflexão urgente sobre os processos logísticos que envolvem a cadeia fria, que é o termo usado para se referir ao transporte de mercadorias que exigem temperatura controlada.
As empresas do setor logístico devem estar atentas não apenas ao transporte em si, mas também a todos os aspectos do armazenamento e manuseio de produtos que não podem ser expostos a variações de temperaturas. Este cuidado é vital para evitar prejuízos financeiros e, mais importante, para garantir que produtos essenciais cheguem aos consumidores em perfeitas condições.
Desafios enfrentados pelas empresas de cadeia fria
Ricardo Canteras, um especialista na área de logística da Temp Log, enfatiza que as empresas devem ter a prioridade de assegurar a qualidade dos produtos transportados, especialmente os que são críticos como medicamentos e materiais médicos. O processo logístico não termina apenas na entrega; é fundamental garantir que cada etapa – desde o armazenamento até o transporte – seja realizada com a máxima atenção, para não comprometer a integridade dos produtos.
Para enfrentar esses desafios, as empresas têm buscado soluções inovadoras que vão além dos métodos tradicionais de refrigeração e congelamento. É imprescindível que as operações logísticas sejam apoiadas por tecnologias que melhoram o manuseio e o controle de temperatura durante todo o processo. A qualquer momento, um descuido pode levar a perdas irreparáveis, tornando a atenção aos detalhes mais crucial do que nunca.
Sistemas de controle e monitoramento
Os sistemas de monitoramento são aliados indispensáveis na logística da cadeia fria. Eles permitem que as empresas visualizem em tempo real as condições de temperatura de suas cargas. Os dispositivos de controle, que podem variar de sensores simples a sistemas mais complexos conectados à internet, ajudam na identificação de falhas e na adoção de medidas corretivas imediatas.
Além disso, o uso de embalagens térmicas e caixas isotérmicas tem se tornado padrão no transporte de produtos sensíveis. Essas soluções garantem que mesmo no caso de falhas temporárias nos sistemas de refrigeração, a temperatura ideal seja mantida durante o percurso. Essa estratégia é um investimento em segurança e qualidade, que assegura a integridade dos produtos até a entrega final.
Embalagens e transporte: as melhores práticas
O acondicionamento de produtos na cadeia fria é uma prática que não pode ser subestimada. É fundamental que as cargas sejam dispostas de maneira que vislumbre o fluxo de ar adequado e a estabilidade térmica. O uso de gelo seco ou gel térmico, que mantêm a temperatura controlada, é uma prática comum, mas deve ser realizada com conhecimento técnico para evitar danos à carga.
Além disso, os veículos utilizados para esse transporte precisam ser versáteis. A adoção de vans e caminhões equipados com sistemas de refrigeração de última geração é um passo necessário, mas também deve incluir uma maneira de inspecionar regularmente esses sistemas. Veículos que não cumpram as exigências normativas correm o risco de serem multados e até mesmo interditados, segundo as orientações da RDC 430/2020 da Anvisa.
O papel do mapeamento térmico
O mapeamento térmico é uma estratégia que se destaca pela sua importância na logística da cadeia fria. Esse processo envolve a análise das rotas de entrega, permitindo identificar quais áreas apresentam maior risco de variação de temperatura, e quais cuidados extras devem ser adotados. Sabendo onde estão as áreas de risco, as empresas podem adaptar suas operações de acordo com o clima e adotar medidas preventivas.
Canteras salienta que, com um mapeamento prévio bem elaborado, as empresas estarão mais preparadas para lidar com mudanças bruscas nas condições climáticas, o que permite uma resposta mais rápida e eficiente. Essa agilidade no processo figurará como um diferencial competitivo, aumentando a confiabilidade nos serviços prestados.
Impacto sobre a saúde pública
A relação entre o transporte de bens sensíveis e o bem-estar da população não pode ser ignorada. A integridade de medicamentos e alimentos transportados de maneira inadequada pode levar a consequências severas, como a contaminação de produtos e a redução da eficácia de tratamentos médicos. Assim, falhas na cadeia fria não afetam apenas as empresas envolvidas, mas podem trazer riscos significativos à saúde pública.
O compromisso com a logística da cadeia fria não é apenas uma questão de compliance ou eficiência; é uma questão de responsabilidade social. Garantir que produtos essenciais cheguem a quem precisa pode significar a diferença entre a vida e a morte, especialmente para pessoas que dependem de medicamentos sensíveis para suas condições de saúde.
Conclusão
O calor extremo é um desafio que exige um planejamento estratégico robusto e uma execução precisa por parte das empresas que atuam na cadeia fria. Desde a escolha de tecnologias de controle de temperatura até o mapeamento térmico das rotas, cada aspecto deve ser ponderado cuidadosamente para garantir que os produtos cheguem seguros e eficazes aos consumidores. À medida que as temperaturas se mantêm altas, a logística da cadeia fria deve estar à frente, garantindo não apenas a integridade dos produtos transportados, mas também a saúde e o bem-estar da população.
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