Levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgado na última quarta-feira, mostra que a confiança do empresário industrial cresceu em 21 dos 29 segmentos da indústria em maio. No entanto, o índice recuou em oito setores.
Os dados revelam que três setores superaram a barreira da desconfiança e agora operam em território positivo. Impressão e reprodução registrou alta de 5,8 pontos (52,6), produtos diversos cresceu 2,5 pontos (51,6), e máquinas e materiais elétricos avançou 0,7 ponto (50,2).
Enquanto alguns setores avançaram, outros três recuaram para a zona de falta de confiança, segundo o ICEI. Sendo eles biocombustíveis (-2,5 pontos, para 49,8), calçados e suas partes (-3,3, para 48,9) e veículos automotores (-3,9, para 47,9). No índice, resultados abaixo de 50 revelam pessimismo entre os empresários.
Com isso, maio repetiu o resultado de abril, mantendo 23 setores da indústria em um cenário de pessimismo e apenas seis em confiança. Conforme ressalta Claudia Perdigão, especialista da CNI, esse sentimento contido compromete o ritmo da atividade econômica.
Diante disso, a economista explica: “A confiança do empresário está ligada à sua capacidade de investir e desenvolver novos projetos. Quando o empresário demonstra incerteza, ele investe menos e executa menos iniciativas. Uma luz vermelha se acende quando observamos falta de confiança.”
Além disso, o ICEI (Índice de Confiança do Empresário) Industrial cresceu de abril para maio em todas as faixas de porte. As pequenas indústrias lideraram o avanço, com aumento de 2 pontos. Nas médias, o indicador subiu 0,4 ponto; nas grandes, 0,5 ponto.
Enquanto as grandes indústrias superaram a barreira dos 50 pontos e agora apresentam um leve otimismo, as pequenas e médias continuam na faixa de pessimismo, com índices abaixo desse limite.
Confiança do empresário industrial cresce em algumas regiões
Embora a confiança da indústria tenha aumentado no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, as quedas registradas no Nordeste e Norte impediram mudanças significativas no panorama nacional entre abril e maio.
No Sul e no Sudeste, os empresários ainda demonstram desconfiança. Em contrapartida, os industriais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste continuam otimistas.
- Nordeste: 51,7 pontos
- Norte: 51,3 pontos
- Centro-Oeste: 50,9 pontos
- Sul: 48,2 pontos
- Sudeste: 47,7 pontos
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Setores com maior confiança
O levantamento da CNI mostra que o aumento da confiança não se distribuiu uniformemente. Alguns setores se destacaram como os mais otimistas, refletindo uma mudança no sentimento geral. As indústrias de impressão e reprodução, por exemplo, não apenas se recuperaram, mas superaram a média do segmento.
A confiança nesses setores pode estar ligada a mudanças na demanda do consumidor, além de inovações que estimulam novos negócios. A alta do índice nesse contexto sugere que os empresários estão cada vez mais otimizando suas operações e diversificando suas ofertas.
Setores com menor confiança
Por outro lado, a situação desfavorável de setores como calçados e veículos automotores indica desafios específicos enfrentados por essas áreas. As quedas expressivas nos índices mostram preocupações com a capacidade de recuperação frente a um cenário econômico conturbado.
A dinâmica desses setores pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo concorrência acirrada, aumento nos custos de produção e uma desaceleração nas vendas. Os dados reforçam a necessidade de adaptação e inovação para que esses segmentos recuperem a confiança.
Fatores que influenciam a confiança do empresário
Dentre os fatores que impactam a confiança do empresário industrial, destaca-se a situação econômica do país, que afeta diretamente a disposição para investir. A inflação e a taxa de juros, por exemplo, são variáveis que têm grande peso nas decisões empresariais.
Além desses, a estabilidade política e a previsão de crescimento do mercado são outros elementos que contribuem para um aumento ou diminuição da confiança. Quando o cenário é positivo, as empresas tendem a se planejar e investir em expansão.
Consequências da falta de confiança
A falta de confiança entre os empresários pode ter consequências significativas na economia em geral. Uma queda nos investimentos impede a expansão das empresas e pode resultar em demissões e contenção de gastos.
Além disso, essa falta de confiança tende a se perpetuar, criando um ciclo de incertezas que pode ser difícil de romper. É fundamental que haja um entendimento dos fatores que influenciam esse sentimento para que ações corretivas sejam implementadas, visando restaurar a confiança do empresário.