Exportações de Carne Suína Mantêm Alta de 12,9% em 2025
As exportações brasileiras de carne suína, que incluem todos os produtos, tanto in natura quanto processados, alcançaram um total impressionante de 848,8 mil toneladas entre janeiro e julho de 2025. Este resultado, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), representa um crescimento de 12,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram exportadas 752,1 mil toneladas.
A performance robusta do setor não se limita apenas ao volume exportado. Em termos financeiros, a alta acumulada nas receitas também é notável: 26,7%, totalizando aproximadamente US$ 2,039 bilhões nos sete primeiros meses de 2025. Em contrapartida, no mesmo intervalo de 2024, esse número era de US$ 1,609 bilhão. A sólida recuperação do setor tem se manifestado em diversas frentes, envolvendo tanto a otimização da produção quanto a expansão da demanda internacional.
Desempenho Mensal: Julho de 2025
No mês de julho, as exportações apresentaram um total de 126,8 mil toneladas, evidenciando uma queda de 8,3% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram embarcadas 138,3 mil toneladas. Apesar da redução no volume exportado, a receita trimestral mostrou um leve crescimento de 2,2%, com US$ 316,1 milhões gerados em julho deste ano, em comparação a US$ 309,4 milhões no mesmo período do ano anterior.
Essa discrepância entre a quantidade e a receita pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo variações nos preços internacionais e a dinâmica da demanda global. As flutuações nos custos de insumos e a eficiência na logística também desempenham um papel crucial na formação do valor total exportado.
Principais Destinos das Exportações
As Filipinas continuam sendo o principal destino das exportações brasileiras de carne suína, tendo importado 31,5 mil toneladas em julho, um aumento de 15,8% em relação ao ano anterior, quando foram 27,2 mil toneladas. Este crescimento significativo indica a força da demanda filipina por carne suína, além da crescente confiança nas práticas de produção brasileiras.
Outros mercados relevantes incluem o Chile, que apresentou um aumento de 38,2%, somando 14,5 mil toneladas, e o Vietnã, que registrou uma alta de 20,5% com 6,7 mil toneladas importadas. No entanto, alguns destinos como a China e Singapura mostraram reduções significativas nas suas importações, respectivamente, de 39,4% e 45,7%, o que levanta questões sobre a competitividade e as preferências de mercado.
Análise do Fluxo de Exportações
Segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA, houve uma reestruturação substancial no fluxo de exportações de carne suína do Brasil. Anteriormente, o setor era fortemente dependente de um único destino, o que poderia colocar em risco a sustentabilidade do fluxo de exportação a longo prazo. Agora, verifica-se um equilíbrio maior entre os países importadores, o que, segundo Santin, permitirá ao setor manter volumes estáveis de exportação ao longo do ano.
A diversificação das exportações não só fortalece a posição do Brasil no mercado global, mas também garante uma resiliência maior contra flutuações econômicas e políticas que podem impactar países específicos. Esse novo cenário é promissor, e a ABPA projeta um fechamento anual positivo para 2025.
Desempenho por Estado: Santa Catarina em Destaque
Ao analisarmos o desempenho por estado, Santa Catarina se destaca como o maior exportador de carne suína do Brasil, com 64,5 mil toneladas embarcadas em julho de 2025. No entanto, esse número representa uma queda de 14,5% em relação ao ano anterior, demonstrando que mesmo os líderes de mercado sentem a pressão da concorrência e das mudanças nas dinâmicas de demanda.
Em seguida, o Rio Grande do Sul contribuiu com 29,3 mil toneladas, apresentando uma leve diminuição de 3%, enquanto o Paraná teve um leve crescimento de 1,9%, com 18,8 mil toneladas. Minas Gerais e Mato Grosso também se destacaram, porém com resultados variados, uma vez que Minas Gerais reportou um aumento de 4,1% e Mato Grosso uma queda significativa de 27,3%. Esses dados ressaltam a importância de estratégias regionais adaptáveis para maximizar o potencial de exportação.
O Cenário Global e as Perspectivas Futuras
O ambiente global para as exportações de carne suína está mudando. Com as altas taxas de crescimento em alguns mercados e a diminuição em outros, o Brasil precisa ser proativo em sua abordagem. A viabilidade econômica das exportações não depende apenas de quantidades, mas também da capacidade de atender às exigências sanitárias e de qualidade dos destinos.
Além disso, é fundamental que o Brasil continue investindo em tecnologias e processos que possam melhorar a competitividade no mercado internacional. Isso inclui desde melhorias na eficiência da produção até estratégias de marketing que enfatizem a qualidade e a sustentabilidade do produto brasileiro.
Conclusão: Um Setor em Evolução
As exportações de carne suína do Brasil em 2025 mostram um setor em evolução, capaz de se adaptar e encontrar novas oportunidades em um mercado dinâmico. Com um aumento no volume exportado e uma receita substancial, o futuro parece promissor, apesar dos desafios. A diversificação dos mercados e a resposta rápida às mudanças na demanda global são essenciais para manter a trajetória de crescimento.
Enquanto o Brasil continua a se firmar como um dos principais players no mercado global de carne, a colaboração entre agricultores, indústrias e instituições de exportação será fundamental para garantir que o país não apenas mantenha, mas também expanda sua participação no comércio internacional. A trajetória do setor vai depender de inovações, resiliência e uma visão estratégica que atenda às necessidades tanto dos consumidores quanto dos produtores.
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