Frigorífico em Araguaína recebe selo de inspeção com equivalência federal da Adapec

Frigorífico em Araguaína recebe selo de inspeção com equivalência federal da Adapec

Presidente da Adapec, Paulo Lima, entrega o selo Sisbi ao empresário do frigorífico Aracarnes – Foto: Majuh Souza/Governo do Tocantinsfile_download

A Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec) concedeu nesta quarta-feira (20) o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA) ao frigorífico Aracarnes, em Araguaína. Com a certificação de equivalência federal, a empresa fica habilitada a vender seus produtos para todos os estados do país, ampliando o alcance comercial que antes se limitava ao mercado tocantinense.

A decisão vem após um período de reestruturação da indústria e de auditorias técnicas conduzidas pela Gerência de Inspeção Animal da Adapec. A liberação atesta que o sistema de inspeção aplicado ao estabelecimento cumpre padrões de controle e fiscalização compatíveis aos exigidos em nível federal. Na prática, o selo dá previsibilidade ao escoamento da produção e abre portas para novos contratos com redes varejistas, distribuidores e atacadistas de outras regiões.

O que muda para o frigorífico e para o consumidor

A partir do reconhecimento de equivalência federal, o Aracarnes passa a disputar espaço nas prateleiras fora do Tocantins sem depender de registro federal individual por produto. O selo do Sisbi-POA funciona como uma ponte: comprova que a fiscalização estadual adota critérios de inspeção, controle de processos e verificação de conformidade alinhados ao padrão federal, permitindo a circulação nacional dos itens produzidos sob esse regime de inspeção. Isso vale para cortes bovinos, miúdos comestíveis, produtos congelados e resfriados, além de itens processados que o estabelecimento venha a fabricar conforme seu escopo cadastrado.

Para o consumidor, a principal mudança é de oferta. Com mais empresas aptas a vender para todo o país, cresce a disponibilidade de marcas e apresentações. A certificação exige rotulagem correta, informações claras ao comprador e controles de fabricação consolidados, o que reduz risco de não conformidades e facilita ações fiscais quando necessário. Outro efeito esperado é a concorrência mais acirrada, que pode influenciar preços e estimular investimentos em padronização, logística de frio e melhoria dos pontos de venda.

Entenda o Sisbi-POA e a equivalência federal

O Sisbi-POA integra o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). Ele reconhece que serviços de inspeção estaduais ou municipais operam com regras, rotinas e capacidade técnica comparáveis às de âmbito federal para produtos de origem animal. Essa equivalência não substitui as exigências legais; ela confirma que o serviço local consegue garantir o mesmo patamar de controle. Assim, produtos inspecionados por serviços aderidos ao Sisbi podem ser comercializados além das fronteiras estaduais, mantendo validade dos carimbos e registros no restante do país.

Na prática, o Sisbi-POA avalia o serviço de inspeção e não apenas a empresa individualmente. O órgão estadual precisa demonstrar manual de procedimentos, normativas internas, qualificação de fiscais, estrutura laboratorial de apoio, capacidade de auditoria e um sistema de verificação de não conformidades. Empresas como o Aracarnes, uma vez inseridas nesse guarda-chuva e aprovadas nas auditorias, recebem autorização para usar o selo que comprova a equivalência. Essa lógica dá previsibilidade aos estabelecimentos e cumpre função de confiança para os mercados compradores.

Linha do tempo e o contexto da Aracarnes

A empresa relata trajetória vinculada ao sistema estadual desde 2003, quando obteve habilitação no Serviço de Inspeção Estadual (SIE). Ao longo dos anos, passou por diferentes fases de operação e ajustes estruturais, comuns a indústrias que trabalham com abate, desossa e processamento de carne bovina. A retomada das atividades recentes demandou atualização de procedimentos e adequação às normas sanitárias vigentes, ponto que foi acompanhado pela equipe técnica da Adapec na etapa de preparação para a auditoria de equivalência.

Segundo a Gerência de Inspeção Animal, o roteiro para restabelecer a certificação incluiu orientação técnica, verificação de instalações, fluxos de trabalho, documentação de programas de autocontrole e evidências de rastreabilidade. O resultado foi a concessão do Sisbi-POA, que recoloca o frigorífico no mapa de fornecimento nacional. Para Araguaína e entorno, o efeito esperado envolve geração de empregos diretos na planta, postos indiretos em transporte refrigerado, compra de insumos e serviços de manutenção industrial.

Como um frigorífico obtém o selo: etapas típicas

O caminho até o Sisbi-POA começa com a adesão do serviço de inspeção do estado ou do município ao sistema nacional. No caso de empresas que buscam a certificação via órgão estadual, o primeiro passo é um diagnóstico interno. A indústria levanta plantas e fluxogramas, identifica pontos de controle, revisa programas de limpeza e higienização, manejo de resíduos, controle de pragas, qualidade da água e tratamento térmico quando aplicável. Em seguida, formaliza um Plano de Ação com prazos e responsabilidades para corrigir lacunas.

Vencida a etapa preparatória, a empresa passa por auditorias da inspeção, que incluem checagem documental e verificação in loco. São avaliadas áreas de recepção e descanso de animais, abate, evisceração, inspeção post mortem, salas de desossa, câmaras frias e expedição. O auditor confere segregação entre áreas suja e limpa, barreiras sanitárias, indicadores de temperatura, calibração de equipamentos e registros de verificação. A aprovação consolida a autorização para uso do selo em rótulos e documentos fiscais, observando o escopo de produtos habilitados.

Regras sanitárias e rastreabilidade: o que é cobrado rotineiramente

No dia a dia, frigoríficos certificados devem manter programas de autocontrole ativos e evidenciáveis. Isso inclui análises periódicas de água, liberação de linhas de produção, verificação de limpeza, monitoramento de temperaturas de abate, resfriamento e estocagem, além de checagens de integridade de embalagens. Lotes precisam ser identificados de forma clara, permitindo localizar rápido a origem de uma matéria-prima e seu destino comercial. A rastreabilidade facilita recolhimentos pontuais, caso a fiscalização determine, e dá segurança ao comprador que negocia cargas para outros estados.

Também é exigida capacitação contínua de equipes. Manipuladores, operadores de equipamentos de frio e responsáveis por controles de qualidade devem documentar treinamentos em rotinas críticas. A indústria precisa manter registros arquivados por prazos definidos, acessíveis à auditoria. Itens como verificação de etiquetas, validade dos rótulos, leitura de códigos e conferência de pesos são parte do roteiro diário. A constância desses controles é o que sustenta a equivalência do sistema na prática e evita interrupções de embarques por não conformidade.

Efeitos econômicos esperados em Araguaína e no Tocantins

A autorização amplia o horizonte comercial do frigorífico e pode reativar relações com grandes compradores. Redes varejistas nacionais costumam concentrar aquisições em plantas com alcance interestadual e fluxo regular de fiscalização. Com o Sisbi-POA, a empresa pode participar de concorrências que exigem fornecimento para diferentes estados ou centros de distribuição, elevando o potencial de faturamento. O movimento impacta a cadeia regional, que abrange pecuaristas, transportadores, fornecedores de gelo, embalagens, manutenção de câmaras frias e serviços laboratoriais.

Para o Tocantins, ganhos se refletem na arrecadação e na diversificação de destinos para a carne produzida no estado. O selo favorece a formação de carteiras de clientes geograficamente distribuídas, o que dilui riscos de demanda e ajuda a estabilizar a produção. Quando uma indústria local conquista o reconhecimento, costuma puxar investimentos em adequações de outras plantas e estimular novos pedidos de auditoria. O resultado é um efeito de rede, com padronização de práticas e crescimento da oferta formalizada.

Perguntas frequentes sobre a certificação

O selo permite vender para qualquer estado imediatamente? Sim, desde que os produtos estejam dentro do escopo aprovado e os rótulos tragam a identificação correta do Sisbi-POA. É preciso observar regras específicas de transporte refrigerado, documentação fiscal e requisitos de cada comprador. Quando necessário, contratos podem incluir auditorias de segunda parte, feitas pelo próprio cliente, sem substituir a fiscalização oficial.

A certificação vale para toda a empresa ou por linha de produto? O reconhecimento alcança o estabelecimento dentro do escopo definido. Se o frigorífico produzir novas categorias fora desse escopo, deve solicitar atualização, apresentar plano de processo, registros de validação e receber vistoria complementar. Manter documentação atualizada reduz o tempo de análise quando houver expansão de portfólio.

Qual a diferença entre inspeção estadual, municipal e federal? A inspeção federal permite comercialização em todo o território nacional por definição legal. A estadual e a municipal, quando aderidas ao Sisbi e reconhecidas como equivalentes, também possibilitam venda interestadual. A diferença central deixa de ser o alcance, e passa a ser a gestão do serviço que fiscaliza a planta. Em todos os casos, a empresa precisa cumprir boas práticas, higiene rigorosa e rastreabilidade.

O que pode levar à suspensão do uso do selo? Não conformidades graves, reincidência de falhas sem correção, descumprimento de planos de ação e impedimentos operacionais que afetem a segurança do alimento. A suspensão pode ser parcial, por linha, ou total, conforme a avaliação da fiscalização. Para evitar esse cenário, empresas mantêm rotinas de verificação interna e indicadores de desempenho, com atuação preventiva em pontos críticos.

Rotulagem, identificação e documentação de cargas

Produtos sob Sisbi-POA precisam exibir carimbo ou identificação que remeta ao serviço de inspeção equivalente, além de dados de fabricação, lote e validade. Em carnes embaladas a vácuo, o rótulo deve permanecer legível durante toda a vida útil. Irregularidades comuns envolvem contraste insuficiente de tinta, etiquetas que se soltam em temperatura negativa e erros em informação obrigatória. Para evitar retrabalho, plantas padronizam modelos e validam adesivos e tintas em câmaras frias antes de uso em escala.

No despacho de cargas, a documentação deve acompanhar o lote com descrições compatíveis ao que está em paletes e caixas. Conhecimentos de transporte e notas fiscais precisam refletir peso, tipo de corte, temperatura de conservação e destino. Diferenças entre descrição documental e conteúdo físico geram autuações e retenções. A rotina de conferência no embarque, com dupla verificação, é uma das medidas que mais reduz erros e atrasos em expedições interestaduais.

Boas práticas no abate e na desossa: pontos críticos de controle

As áreas de abate exigem separação clara entre setores “sujo” e “limpo”, com barreiras físicas e procedimentos de entrada. Fatores como integridade de facas, esterilização entre carcaças, limpeza de ganchos e monitoramento de água quente são acompanhados e registrados. Na desossa, o layout deve impedir cruzamento de fluxos e permitir controle de tempo e temperatura, preservando características do produto. O uso de termômetros calibrados e registros de início e fim de processos ajuda a demonstrar conformidade durante auditorias.

Embalagens primárias e secundárias precisam ser compatíveis com as condições de frio e manuseio. A validação de selagem previne entrada de ar e formação de cristais em produtos congelados. Caixas identificadas com lote, data e peso facilitam rastreabilidade e contagem. A rotina de coleta de amostras para verificação microbiológica, conforme plano estabelecido, fecha o ciclo de controle, permitindo tendência de resultados ao longo do tempo e decisões preventivas quando algum indicador se afasta do padrão.

Logística de frio e distribuição para outros estados

Com o selo, a empresa pode organizar rotas para centros consumidores fora do Tocantins. A viabilidade depende de custos de transporte, disponibilidade de veículos refrigerados e acordos com operadores logísticos. Temperaturas de transporte devem ser monitoradas com registradores, e os relatórios desses equipamentos são anexados à documentação do lote. Em viagens longas, pontos de apoio com energia para manutenção da refrigeração evitam oscilações em paradas prolongadas.

Para atender redes que operam por centros de distribuição, é comum consolidar cargas com múltiplos itens em um mesmo embarque. A padronização de paletização, com filmes e cintas adequados, minimiza avarias. Contratos podem exigir tempo máximo porta a porta e aceitação mediante leitura de indicadores de temperatura. Na chegada, procedimentos de recebimento do cliente também geram evidências, e a compatibilidade entre esses registros e os do expedidor reduz disputas comerciais por supostas variações de frio no trajeto.

Papel da Adapec após a concessão do selo

A atuação da Adapec não se encerra com a emissão da autorização. A agência mantém cronogramas de fiscalização, auditorias periódicas e acompanhamento de indicadores. Em caso de mudanças de layout, ampliação de linhas ou introdução de novos produtos, a empresa deve comunicar previamente, permitindo atualização de registros e novas verificações quando necessário. O acompanhamento busca garantir que as rotinas aprovadas sejam mantidas durante o crescimento operacional.

Também cabe ao serviço estadual interagir com outros estados quando há consultas sobre cargas e rotulagem. Em operações interestaduais, dúvidas operacionais costumam surgir nos primeiros embarques. Responder rápido a ofícios e solicitações de informação ajuda a consolidar a confiança na equivalência. O ambiente de cooperação entre fiscalizações facilita o trânsito de mercadorias e reduz retenções desnecessárias em postos de controle.

Como empresas podem se preparar: checklist prático

Empresas que pretendem seguir o exemplo do Aracarnes podem começar por um checklist interno. Revisar a planta baixa, identificar fluxos de pessoas e produtos e checar o estado de pisos, paredes e ralos evita pendências recorrentes. Programas de autocontrole devem estar escritos, atualizados e em execução, com evidências de monitoramentos e ações corretivas. Relatórios precisam ser simples de localizar, com nomenclatura padronizada por data e setor.

Outro ponto é a qualificação de fornecedores de insumos e serviços. Embalagens, aditivos, produtos de limpeza e manutenção de equipamentos devem ter documentação compatível com uso em alimentos. Contratos de transporte precisam assegurar veículos refrigerados com manutenção em dia e registros confiáveis. Treinamentos periódicos, especialmente para equipes de higienização e desossa, reduzem variabilidade e ajudam a manter resultados estáveis durante auditorias.

Riscos comuns e como evitá-los na rotina da planta

Alguns problemas tendem a se repetir em frigoríficos de diferentes portes. Um deles é o desvio de temperatura em câmaras frias por portas abertas além do necessário. A instalação de cortinas de ar, sensores de abertura e metas de tempo de porta aberta reduz perdas de frio. Outro risco são registros incompletos, como planilhas sem assinatura ou com campos em branco. A adoção de checklists digitais ou revisões cruzadas diárias minimiza falhas documentais que pesam na auditoria.

Na área de rotulagem, a inconsistência entre texto aprovado e etiqueta aplicada aparece com frequência. A solução é um fluxo claro de aprovação de arte, com versão controlada e bloqueio de modelos antigos. Em manutenção, atrasos na calibração de balanças e termômetros geram reprovas. Calendários visíveis e alarmes por e-mail ou aplicativo ajudam a manter prazos. Pequenas rotinas, quando sistematizadas, fazem diferença para sustentar a equivalência sem sobressaltos.

Produção, capacidade e planejamento de demanda

A abertura de novos mercados exige planejamento de capacidade. É comum que plantas iniciem com volumes modestos para fora do estado e ampliem gradualmente conforme a previsibilidade de pedidos. A programação de abates precisa considerar dias de maior saída e janelas de carregamento exigidas por clientes. Em épocas de aumento de consumo, como feriados prolongados, acordos com transportadores e estocagem estratégica em câmaras terceirizadas podem equilibrar o atendimento sem comprometer a qualidade.

Ferramentas simples de previsão, baseadas em histórico de vendas e prazos de validade, ajudam a modular a produção. O objetivo é evitar tanto ruptura quanto acúmulo de estoque. Ao mesmo tempo, o uso de indicadores de produtividade por linha permite identificar gargalos e priorizar investimentos. Ajustes de layout, compra de equipamentos de selagem ou ampliação de câmaras costumam aparecer na lista de melhorias após a entrada em redes de maior escala.

Treinamento e cultura de conformidade

A manutenção do Sisbi-POA depende de pessoas. Implantar uma cultura de conformidade passa por mensagens claras da liderança e supervisão próxima das rotinas. Reuniões curtas no início de cada turno, com revisão de pontos críticos do dia, são eficazes para alinhar a equipe. Indicadores visuais em quadros de área lembram metas de temperatura, tempo de limpeza entre turnos e checagens obrigatórias. Quando todos sabem o que monitorar, não conformidades diminuem e correções acontecem antes de comprometer lotes inteiros.

Programas de integração para novos colaboradores reforçam padrões desde o primeiro dia. Simulações de auditoria internas, conduzidas por setores diferentes, exercitam o time para visitas oficiais. Ao final, um relatório indica pontos de melhoria e prazos. O ciclo se repete até as rotinas ficarem consolidadas. Esse tipo de prática reduz o estresse durante auditorias e melhora a consistência dos resultados, o que se reflete em maior confiança dos compradores.

Canais de venda e relacionamento com o mercado nacional

Com o selo habilitado, o frigorífico pode adotar uma estratégia de canais combinando atacado tradicional, distribuição regional e fornecimento direto a redes. Em cada modalidade, há exigências específicas de entrega, padronização e crédito. Em contratos com grandes varejistas, é comum a exigência de documentação complementar, como certificados de calibração, relatórios de auditoria e evidências de rastreabilidade por lote. Preparar um dossiê comercial facilita a entrada e a manutenção dos pedidos.

Outro passo é mapear mercados com maior aderência ao perfil de produto disponível. Cortes de traseiro, dianteiro e miúdos têm destinos diferentes conforme o estado e a rede de venda. A combinação de canal certo e portfólio adequado reduz devoluções e melhora margens. O uso de indicadores como custo por quilograma entregue, nível de serviço e tempo médio de recebimento dá visibilidade à operação e orienta decisões sobre onde expandir.

O que compradores de outros estados costumam verificar

Compradores que recebem produtos de fora do estado tendem a analisar três pontos de início: conformidade documental, histórico de temperatura em trânsito e padrão de apresentação do corte. Um dossiê bem montado, com relatórios claros e fotos de padrões de embalagem, reduz etapas de qualificação. Além disso, amostras iniciais e visitas técnicas são utilizadas por redes para validar a estabilidade do processo antes de ampliar pedidos.

A consistência na gramatura e na padronização de cortes influencia o giro na loja e a satisfação do cliente final. É por isso que linhas de desossa investem em gabaritos e treinamentos práticos. Ao manter variações dentro de tolerâncias definidas, a indústria reduz reclamações e negocia melhor com equipes de qualidade do comprador. Esse alinhamento operacional sustenta contratos de longo prazo e fideliza o canal.

Glossário rápido: siglas e termos da inspeção

Sisbi-POA — Sistema que reconhece a equivalência de serviços estaduais e municipais para inspeção de produtos de origem animal. O selo permite comercialização interestadual dos produtos cobertos, desde que o estabelecimento e o serviço local estejam habilitados e em situação regular.

SIE — Serviço de Inspeção Estadual. Fiscaliza estabelecimentos registrados no estado. Quando aderido ao Sisbi e reconhecido como equivalente, possibilita que empresas sob sua inspeção vendam para todo o país, conforme escopo aprovado.

Rastreabilidade — Capacidade de identificar a origem de um produto e acompanhar seu caminho até o destino. Envolve códigos de lote, registros de produção, notas fiscais e relatórios de transporte, servindo para investigações e eventuais recolhimentos.

Autocontrole — Conjunto de programas internos da empresa que padronizam limpeza, higiene, controle de pragas, potabilidade da água, temperaturas, manutenção e conduta de pessoal. Esses programas são auditados e precisam ter evidências registradas.

O passo seguinte após a certificação: manter e evoluir

Depois de conquistar o Sisbi-POA, a prioridade passa a ser manter o nível de conformidade e estabilizar a operação para novos volumes. A indústria precisa acompanhar indicadores de desempenho e não conformidade, ajustar rotas logísticas e calibrar o portfólio segundo a demanda de cada estado. Melhorias estruturais, quando previstas, devem ser planejadas sem interromper linhas críticas, com comunicação prévia ao serviço de inspeção para qualquer mudança significativa.

A consolidação no mercado nacional vem com previsibilidade de entrega e relacionamento transparente com os compradores. Respostas rápidas a questionamentos, disponibilidade para auditorias de clientes e uma rotina de verificação interna robusta criam reputação. Esse ciclo tende a multiplicar oportunidades e atrair contratos de maior escala, fortalecendo a presença do frigorífico na rota de abastecimento de diferentes regiões do Brasil.

Resumo do impacto local

A concessão do selo ao Aracarnes, em Araguaína, sintetiza três movimentos. Primeiro, o fortalecimento de uma planta industrial estratégica no norte do Tocantins. Segundo, a abertura de mercados fora do estado, com potencial para contratos de maior escala. Terceiro, o efeito indutor sobre a cadeia regional, que tende a se organizar para atender exigências de qualidade, logística de frio e documentação associadas ao comércio interestadual.

A Adapec, como órgão responsável pela fiscalização, permanece à frente do acompanhamento técnico. Já a empresa, com a certificação de equivalência federal, tem a missão de transformar a habilitação em vendas consistentes e relacionamento sólido com clientes de diversos estados. O avanço reforça o papel do Tocantins no mapa de fornecimento de carne bovina no país e cria condições para novas iniciativas no setor de produtos de origem animal.



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