O setor de reciclagem de plásticos no Brasil voltou a crescer em 2024 após a retração registrada em 2023. O índice de reciclagem mecânica de embalagens pós-consumo chegou a 24,4%, enquanto o índice geral para todos os plásticos alcançou 21%. Em paralelo, a produção de resina pós-consumo (PCR) atingiu 1,012 milhão de toneladas, com reflexos diretos sobre receita, emprego e investimento em capacidade instalada. O movimento foi puxado por grandes cadeias de consumo, metas regulatórias e melhoria na disponibilidade de material, ainda que os preços das resinas de primeiro uso tenham pressionado margens ao longo do ano.
Os números fazem parte do estudo anual do Movimento Plástico Transforma, iniciativa do PICPlast, parceria entre ABIPLAST e Braskem, com realização da consultoria MaxiQuim. A leitura consolidada do período indica ganho de tração em volumes processados, maior previsibilidade nos fluxos de sucata plástica e uma reorganização regional do fornecimento de matéria-prima. Sudeste e Sul seguem na liderança em geração de resíduos e produção de PCR, com avanço também do Nordeste. A seguir, entenda os dados, as causas da recuperação e os pontos de atenção para 2025.
Brasil registra recuperação na reciclagem de plásticos em 2024
O recorte de 2024 mostra retomada após um ciclo de dificuldades enfrentado no ano anterior. O índice de reciclagem mecânica de embalagens pós-consumo alcançou 24,4%, consolidando uma melhora na coleta, no preparo de resíduos e na operação das plantas de reprocessamento. No agregado de todos os tipos de plásticos, o índice ficou em 21%, indicador que reforça a tendência de recomposição de volumes em diferentes linhas de polímeros. A produção de PCR somou 1,012 milhão de toneladas e confirmou o Brasil entre os maiores produtores desse insumo no cenário global, com demanda ativa em vários segmentos industriais.
A leitura do estudo aponta que grandes compradores mantiveram ordens estáveis em aplicações específicas, apoiadas por metas regulatórias e por compromissos públicos de conteúdo reciclado. A despeito da pressão exercida pelos preços de resinas virgens, a indústria recicladora preservou contratos, ajustou mix de produtos e avançou em eficiência. O resultado foi uma recuperação classificada como gradual, mas consistente o suficiente para reverter a queda de 2023 e restabelecer o dinamismo do setor.
O que explica a virada após 2023
Em 2023, a queda generalizada nas cotações de commodities petroquímicas reduziu a competitividade dos reciclados, encarecendo o repasse de custos e retraindo pedidos em aplicações sensíveis a preço. Em 2024, a indústria respondeu com ajustes operacionais, ganho de escala em contratos com grandes embaladores e maior previsibilidade de fornecimento de aparas. Houve ainda avanço em rastreabilidade e qualificação de fornecedores, o que contribuiu para reduzir perdas ao longo da cadeia e estabilizar a qualidade do PCR entregue ao mercado.
Segundo avaliação de especialistas consultados no levantamento, a recomposição de volumes foi “tímida”, mas suficiente para alterar a curva do setor. O ciclo prolongado de preços baixos das resinas de primeiro uso seguiu como variável de pressão, porém alguns nichos mantiveram consumo firme por razões técnicas e contratuais. Isso deu fôlego às plantas e permitiu o retorno de investimentos em manutenção, seleção automática, moagem, lavagem e extrusão, além da reativação de linhas que haviam sido poupadas em 2023.
Produção, receita e emprego: os principais indicadores
O faturamento das recicladoras alcançou R$ 4 bilhões em 2024, alta nominal de 5,8% frente a 2023. O desempenho está associado ao maior volume processado, ao reposicionamento do mix de produtos e ao fechamento de contratos de fornecimento de PCR com especificações técnicas mais rígidas. A expansão da demanda em setores como alimentos e bebidas, higiene pessoal, limpeza doméstica e construção civil influenciou positivamente o resultado.
Na frente de trabalho, o setor registrou 20.043 empregos diretos, crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior. A capacidade instalada subiu 1,9%, atingindo 2,43 milhões de toneladas. Os números refletem investimentos de ciclo mais longo realizados em anos anteriores, como a aquisição de linhas de extrusão, sistemas de lavagem com menor consumo de água por tonelada processada e upgrades em classificação ótica para separar polímeros e cores com maior precisão. O conjunto desses fatores elevou a produtividade por hora e reduziu paradas não programadas.
Geração de resíduos e consumo pela indústria
O Brasil gerou 4,82 milhões de toneladas de resíduos plásticos pós-consumo em 2024. Desse total, as recicladoras reprocessaram 1,55 milhão de toneladas quando considerados os fluxos pós-consumo e pós-industrial. Apenas no recorte pós-consumo, o volume consumido foi de 1,2 milhão de toneladas. A maior parte desse material (87%) teve origem em embalagens, que somaram 1,037 milhão de toneladas efetivamente utilizadas como insumo pela indústria.
A predominância de embalagens no fornecimento de matéria-prima reforça o papel de centros de triagem, cooperativas, catadores e comerciantes de resíduos na preparação do material. A oferta estruturada desse tipo de resíduo auxilia na previsibilidade e no cumprimento de especificações, o que facilita a produção de PCR com propriedades adequadas para aplicações que exigem padronização. Itens de maior giro, como frascos e filmes, tendem a compor um fluxo mais estável, favorecendo contratos de médio prazo entre recicladores e transformadores.
De onde vem a matéria-prima: cooperativas, catadores e comércio de sucata
A distribuição das fontes de matéria-prima seguiu padrão semelhante ao de anos anteriores, com destaque para os comerciantes de resíduos, que continuam na liderança como principal origem dos materiais adquiridos pela indústria. Esses agentes operam na intermediação entre a coleta, a triagem e a venda dos fardos, conectando diferentes regiões e equalizando oferta e demanda. O estudo aponta perda de participação relativa de catadores informais e cooperativas para os sucateiros, associada à baixa remuneração em determinados fluxos e à maior complexidade logística de materiais de baixo valor por quilo.
Para o setor reciclador, o desafio é combinar volume, qualidade e regularidade na entrada de resíduos. A maior competição entre regiões por materiais de melhor qualidade intensificou a movimentação interestadual e levou empresas a buscar fornecedores em estados mais distantes, mesmo com o custo do frete. Ao mesmo tempo, surgiram iniciativas de qualificação de materiais na origem, como contratos com metas de contaminação e programas de bonificação por pureza, que ajudam a reduzir retrabalho e perdas durante a moagem e a extrusão.
O que é PCR e como é usado no Brasil
A resina pós-consumo (PCR) é o material obtido a partir do reprocessamento de resíduos plásticos coletados após o uso. Em 2024, o Brasil produziu 1,012 milhão de toneladas de PCR. Desde 2018, quando o indicador começou a ser acompanhado, a produção acumulou alta de 33,6%. A composição por polímero mostra o PET na liderança, com 39% do total, seguido por PEAD (20%), PP (18%) e PEBD/PEBDL (15%). Cada família de resina tem desempenho específico em termos de viscosidade, resistência e estabilidade térmica, o que influencia diretamente as aplicações finais e os requisitos de aditivação.
No chão de fábrica, o PCR passa por etapas que incluem moagem, lavagem, secagem, extrusão e granulação. O controle de qualidade mede parâmetros como umidade, índice de fluidez (MFI), contaminação e presença de aditivos. Em aplicações mais exigentes, lotes podem receber blendas com resina virgem e aditivos para estabilização térmica e de cor. O objetivo é garantir repetibilidade de processo e propriedades consistentes. Com isso, transformadores conseguem operar o material em moldagem por injeção, sopro e extrusão de filmes com taxas de refugo sob controle.
Setores que puxaram a demanda em 2024
Em 2024, os segmentos de Alimentos e Bebidas e de Higiene Pessoal, Cosméticos e Limpeza Doméstica figuraram entre os maiores consumidores de PCR, com 167 mil e 132 mil toneladas, respectivamente. As embalagens desses mercados demandam padronização de cor, odor e propriedades mecânicas, o que estimulou investimentos em seleção por cor, descontaminação e masterbatches para estabilização. O avanço veio também de contratos de fornecimento com especificações detalhadas e auditorias em plantas, prática que reduz variabilidade e aumenta a confiança do usuário final no desempenho do material.
A construção civil e a infraestrutura mantiveram importância com 130 mil toneladas, ainda que com leve redução proporcional após o salto observado em 2023, quando a busca por alternativas mais econômicas ampliou o consumo. A agroindústria liderou a expansão relativa, com 92 mil toneladas e crescimento acima de 35% frente a 2023, impulsionada por aplicações como lonas, mangueiras e embalagens para insumos. Eletrodomésticos e eletroeletrônicos avançaram para 54 mil toneladas, apoiados em requisitos técnicos específicos, como rigidez dielétrica, resistência ao impacto e estabilidade dimensional em gabinetes e componentes.
- Alimentos e bebidas: foco em padronização e controle de odor para frascos e filmes.
- Higiene, cosméticos e limpeza: demanda por frascos com boa resistência química e estabilidade de cor.
- Construção civil: uso em tubos corrugados, conduítes, chapas e artefatos diversos.
- Agroindústria: lonas agrícolas, mangueiras e embalagens robustas para logística no campo.
- Eletrodomésticos e eletroeletrônicos: carcaças, peças internas e acessórios com requisitos técnicos.
Mapa regional da cadeia e fluxo entre estados
A geografia da reciclagem mantém forte concentração nas regiões Sudeste e Sul. O Sudeste gerou 48,1% dos resíduos plásticos do país, o equivalente a 2,3 milhões de toneladas, respondeu por 47% do consumo de resíduos pela indústria e produziu 55,5% do PCR nacional, chegando a 559 mil toneladas. A região Sul registrou 26% do consumo de resíduos e 26,2% da produção de PCR, com 266 mil toneladas. O conjunto dessas regiões lidera todas as etapas da cadeia, da geração de resíduos ao reprocessamento e à entrega de grânulos para os transformadores.
O Nordeste consolidou-se como a terceira força produtora de PCR, com 13,7% do total, ou 139 mil toneladas, e crescimento de 16,6% sobre 2023. Em 2024, cerca de 41,1% do resíduo consumido pelas recicladoras atravessou fronteiras estaduais, evidenciando a busca por matéria-prima em mercados mais distantes para fechar a conta em preço e qualidade. Esse trânsito ampliado exige logística eficiente, contratos com regras claras de recebimento e indicadores objetivos de qualidade, como limites de umidade, contaminantes e densidade aparente por tipo de fardo.
Brasil no contexto internacional
No recorte latino-americano, Brasil e México seguiram como os principais responsáveis pelo volume de plásticos reciclados, somando 76% do total em 2023. O México registrou 1,53 milhão de toneladas no período, enquanto a América Latina como um todo somou 3,79 milhões de toneladas. O resultado reforça o peso regional das duas maiores economias e a presença de cadeias integradas de coleta, triagem e reprocessamento em escala, capazes de atender a indústrias de transformação distribuídas por diferentes estados e países.
Na Europa, a produção de 7,1 milhões de toneladas de PCR em 2023 veio acompanhada de uma queda de 8% frente ao ano anterior, reflexo da conjuntura de preços e da desaceleração em alguns mercados finais. A comparação serve como referência para entender que o desempenho do PCR está diretamente relacionado ao apetite da indústria de transformação, às exigências técnicas das aplicações e à disponibilidade de sucata com qualidade. Nesse cenário, o avanço brasileiro em 2024 ganha relevância por ter ocorrido sob condições de mercado desafiadoras.
Custos, preços e competitividade
O prolongado ciclo de baixa das resinas de primeiro uso pressionou a competitividade do PCR ao longo de 2024. Em situações de estreitamento de spread, transformadores tendem a privilegiar a resina com maior previsibilidade de fornecimento e menor variação de propriedades, a não ser quando existem especificações contratuais de conteúdo reciclado. Diante disso, recicladoras que investiram em qualidade e rastreabilidade mantiveram espaço em aplicações de maior valor agregado, enquanto linhas mais sensíveis a custo ajustaram turnos e mix para preservar margens.
A eficiência operacional tornou-se determinante. Ganhos em rendimento de lavagem, redução de contaminação e controle de umidade impactam diretamente o custo por tonelada entregue. Além disso, a previsibilidade de fornecimento de sucata tem peso relevante na carteira de pedidos. Programas de fornecimento com metas de qualidade, auditorias de recebimento e bonificações por desempenho ajudaram a reduzir variabilidade e refugo no processamento, diminuindo o custo total e elevando a competitividade frente a alternativas.
Como as empresas melhoraram o desempenho em 2024
A recuperação observada no ano está ligada a medidas práticas adotadas por recicladoras e transformadores. Entre elas, o reforço do controle de qualidade na entrada de materiais, a padronização de fardos com especificações de densidade, umidade e nível de contaminação, e o investimento em classificação por cor e por tipo de polímero. A adoção de indicadores de processo, como taxa de derretimento estável e variação do MFI por lote, reduziu paradas e trocas de matriz, garantindo produtividade maior por hora trabalhada.
Outro ponto foi a diversificação de fornecedores. Empresas que ampliaram a base de coleta e firmaram contratos de médio prazo com metas de qualidade tiveram menos interrupções e conseguiram negociar melhor fretes e prazos. Do lado dos transformadores, cresceu o uso de blendas com PCR e aditivos específicos para manter parâmetros críticos em peças de parede fina e em frascos sujeitos a esforços mecânicos. Essa engenharia de materiais ampliou o leque de aplicações possíveis sem comprometer a processabilidade.
- Padronização de fardos e critérios de recebimento claros.
- Classificação ótica e separação por polímero e por cor.
- Monitoramento contínuo de MFI, umidade e contaminação.
- Blendas e aditivos para estabilização térmica, mecânica e de cor.
- Contratos com metas de qualidade e bonificação por desempenho.
Papel de PET, PEAD, PP e PEBD/PEBDL no mix de produção
A liderança do PET, com 39% do PCR produzido, está associada à forte oferta oriunda de embalagens de bebidas e à maturidade dos processos de descontaminação e revalorização. Em muitas linhas, o PET reciclado atende requisitos de rigidez e transparência específicos, permitindo aplicações em filmes, fibras e, mediante processos e certificações adequados, em frascos. A gestão de cor e o controle de acetaldeído são pontos de atenção, além do monitoramento de umidade e cristalinidade para manter estabilidade no processamento.
No PEAD (20%), a tendência é de aplicações em frascos para produtos de limpeza e higiene pessoal, caixas, tambores e componentes com boa resistência química. Já o PP (18%) marca presença em peças técnicas de injeção e em embalagens rígidas, exigindo controle de fluidez e aditivação contra degradação térmica. O PEBD/PEBDL (15%) segue relevante em filmes e sacarias, com foco em alongamento e selagem. Em todos os casos, a homogeneidade dos lotes e o controle de contaminantes são determinantes para reduzir variações e refugo no transformador.
Qualidade do PCR: critérios que fazem diferença no dia a dia
Os critérios de qualidade para PCR ganharam espaço nas especificações de compra. Entre eles, o índice de fluidez com faixa estreita por lote, teor de umidade após secagem abaixo de limites definidos para cada polímero, níveis controlados de metais e materiais estranhos, e estabilidade térmica sob ciclos repetidos. A validação de lote piloto antes da homologação final ajuda a evitar surpresas na produção em escala e acelera a curva de aprendizado na troca de resina.
Do lado do processamento, práticas como purgas programadas, perfil de temperatura otimizado e controle fino de contrapressão na extrusora melhoram a plastificação e reduzem variações de cor e bolhas. O acompanhamento estatístico de processo (CEP) e a medição de propriedades mecânicas em amostras de produção completam a rotina. Esses cuidados explicam por que algumas plantas conseguiram manter fornecimento estável e cumprir contratos mesmo num ambiente de preços desafiador para o PCR.
Canais de coleta e logística: como ganhar escala com previsibilidade
A expansão de volumes em 2024 esteve ligada à organização da coleta e ao desenho de rotas mais eficientes. Empacotamento de fardos com padrões de densidade, paletização e identificação por QR code para rastreio reduziram perdas e facilitaram auditorias de recebimento. Em áreas com menor densidade de geração, o uso de hubs regionais de consolidação permitiu fechar cargas completas com melhor custo por tonelada. A logística reversa de itens de alto giro também ajudou a estabilizar lotes semanais, base para contratos consistentes com recicladoras.
No relacionamento entre compradores e fornecedores, cláusulas de flexibilidade para variações sazonais de oferta e preços indexados a cestas de referência podem mitigar riscos. Em paralelo, treinamentos sobre segregação na origem e redução de contaminantes (como resíduos orgânicos e materiais incompatíveis) elevam a qualidade do fardo e diminuem retrabalho. São medidas que, somadas, impactam o rendimento de lavagem, a estabilidade de cor e a produtividade da extrusão, resultando em PCR com melhor performance.
Interesse da indústria e requisitos regulatórios
A demanda por PCR em 2024 foi sustentada por compromissos públicos de uso de conteúdo reciclado e por requisitos regulatórios que estabelecem metas de reaproveitamento de materiais. Grandes marcas de bens de consumo ampliaram a utilização de PCR em linhas de maior volume, principalmente em frascos, tampas e filmes secundários. Esses compromissos costumam vir acompanhados de auditorias na cadeia de fornecimento, rastreabilidade de lotes e critérios técnicos para validação de desempenho dos produtos finais, práticas que ajudam a sustentar a demanda ao longo do tempo.
Para as recicladoras, atender a esse padrão exige constância de qualidade e capacidade de entrega em escala, além de documentação técnica. Fichas de segurança, laudos de ensaio e históricos de lote passaram a integrar a rotina comercial com maior frequência. O amadurecimento desses processos cria previsibilidade, condição essencial para que as empresas planejem investimentos em upgrades de equipamento, treinamento de equipes e ampliação de turnos conforme a carteira de pedidos evolui.
Dicas operacionais para transformadores que querem ampliar o uso de PCR
Empresas que desejam aumentar a participação de PCR em seus produtos podem começar por um diagnóstico de processo. O mapeamento de gargalos em plastificação, controle de temperatura e purga ajuda a definir metas realistas de incorporação por família de polímero. Em seguida, a seleção de fornecedores com histórico de estabilidade por lote e documentação técnica completa reduz riscos na produção. Ajustes de setup, como alteração de bicos, filtros e telas de extrusão, costumam destravar ganhos relevantes de produtividade.
Outra frente é a engenharia de materiais. Blendas com proporções definidas de PCR e resina virgem, associadas a pacotes de aditivos para estabilização, permitem alcançar propriedades alvo com controle de variação. Em frascos, por exemplo, a gestão de espessura e a homogeneidade de parede são sensíveis a variações no MFI do lote. Já em filmes, ajustes de relação de sopro, temperatura de torre e tempo de resfriamento ajudam a manter selagem, transparência e resistência ao rasgo dentro da especificação.
- Comece por itens de menor criticidade e aumente gradualmente a participação de PCR.
- Implemente CEP para monitorar variações de processo e agir preventivamente.
- Defina faixas de MFI por aplicação e alinhe com o fornecedor de PCR.
- Adote protocolos de purga e troca de telas para minimizar contaminação.
- Formalize critérios de recebimento com laudos e amostras de retenção por lote.
Pontos de atenção para 2025
A continuidade do crescimento vai depender de três fatores: equilíbrio de preços entre resinas virgens e PCR, estabilidade no fornecimento de sucata com qualidade e manutenção de contratos que preveem conteúdo reciclado em linhas de alto volume. Em um ambiente de spreads apertados, eficiência operacional e contratos com regras claras tendem a diferenciar os players que manterão margens saudáveis. A evolução de tecnologias de classificação, descontaminação e aditivação também pode abrir novas janelas de aplicação, ampliando o mercado endereçável para o PCR nacional.
No campo regional, a expectativa é de consolidação do Nordeste como polo relevante e de maior integração logística entre estados. A movimentação interestadual deve continuar acima de 40% do volume consumido, sinalizando um mercado mais conectado e sensível a condições locais de oferta e preço. Em síntese, 2024 marcou a recomposição do ritmo do setor, com números que indicam uma base mais sólida para os próximos passos da cadeia de reciclagem de plásticos no país.