Reeleição unânime na CNA: como João Martins pode turbinar o agro até 2029

Reeleição unânime na CNA: como João Martins pode turbinar o agro até 2029

João Martins foi reeleito por unanimidade para seguir à frente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no período de 2025 a 2029. A votação aconteceu em 7 de outubro de 2025, terça-feira, na sede da entidade em Brasília, com a participação e o endosso das 27 Federações Estaduais de Agricultura e Pecuária. Além da recondução, o Conselho de Representantes confirmou os nomes para a Diretoria Executiva e para o Conselho Fiscal que atuarão no mesmo quadriênio. Em discurso, Martins agradeceu o apoio, citou resultados de sua gestão e anunciou que a próxima etapa priorizará a expansão de centros de treinamento e a ampliação do atendimento técnico nas propriedades.

João Martins é reeleito por unanimidade para presidir a CNA até 2029

A escolha por unanimidade consolidou um ambiente de consenso entre as federações estaduais. Segundo a CNA, a votação ocorreu de forma presencial, conduzida por uma Comissão Eleitoral independente, e confirmou a continuidade de uma linha de trabalho que combina representação institucional, assistência técnica e formação profissional. No anúncio, Martins ressaltou que, quando assumiu a presidência em 2015, estabeleceu metas ambiciosas para o atendimento a produtores e que os resultados acumulados superaram o que havia sido prometido inicialmente.

No balanço divulgado na reunião, ele destacou que a assistência técnica coordenada pelo Sistema CNA/Senar já alcança quase 480 mil pequenos produtores, número acima da meta inicial de 400 mil. A Diretoria reafirmou que a nova gestão manterá foco na capilaridade, na atuação em parceria com as federações estaduais e na busca por ganho de produtividade nas propriedades. O objetivo é consolidar um modelo de atendimento contínuo, com equipes qualificadas e metodologias padronizadas, para apoiar quem está no campo a organizar melhor a produção, reduzir custos e abrir novos mercados.

A eleição: como foi o processo e quem participou

A votação foi realizada no Conselho de Representantes, órgão que reúne as Federações Estaduais e define os rumos institucionais da CNA. Todas as 27 federações compareceram à sessão em Brasília e acompanharam a apresentação da chapa, a leitura das regras do pleito e o rito formal de votação e proclamação do resultado. A reunião transcorreu em clima de unidade, sem registro de contestações, e terminou com a homologação do mandato de João Martins para o quadriênio 2025-2029, além da validação da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal para o mesmo período.

A Comissão Eleitoral foi presidida por Tania Zanella, superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), e contou com a participação do advogado da União Maximiliano Ferreira Temer e de Nilson Leitão, vice-presidente tesoureiro do Instituto Pensar Agropecuária (IPA). O colegiado conduziu os trabalhos, verificou a documentação e promoveu a transparência das etapas, da inscrição da chapa até o anúncio final. Ao término, os representantes das federações manifestaram apoio à agenda proposta para o novo ciclo, com ênfase no atendimento técnico e na formação profissional.

Quem é João Martins: trajetória e prioridades

João Martins lidera a CNA desde 2015. É formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e tem passagem por entidades representativas do setor, como a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), a Administração Regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-BA), o Sebrae Bahia e a Central de Cooperativas de Leite da Bahia (CCLB). Sua trajetória é marcada por atuação em defesa dos produtores e por iniciativas voltadas à organização da base produtiva, com atenção especial a quem está nas pequenas e médias propriedades.

Nas últimas gestões, Martins trabalhou para ampliar o alcance da assistência técnica e da formação profissional do Sistema CNA/Senar. Em seu discurso após a reeleição, reforçou que a meta inicial de 400 mil produtores assistidos foi superada, com quase 480 mil atendimentos. O presidente atribuiu o resultado à integração com as federações estaduais e ao emprego de metodologias de campo que combinam diagnóstico individualizado, plano de ação e acompanhamento periódico. Ele também citou a modernização de processos internos e a adoção de rotinas mais ágeis de governança como pontos que pretende aprofundar no próximo ciclo.

CNA e Sistema CNA/Senar: funções, estrutura e alcance

A CNA representa nacionalmente os produtores rurais, articula pautas no Legislativo e no Executivo, acompanha políticas públicas e oferece suporte técnico por meio do Sistema CNA/Senar. Na prática, a confederação atua como porta-voz de demandas que impactam o dia a dia do campo, participa de conselhos e câmaras setoriais, elabora estudos e promove agendas com governos, parlamentos e outros órgãos. O Sistema CNA/Senar, por sua vez, organiza cursos, capacitações e ações de assistência técnica, com equipes que atuam dentro das propriedades, levando orientações sobre gestão, tecnologia e qualidade, de forma contínua.

Segundo a atual Diretoria, um dos pilares da nova etapa será consolidar a modernização administrativa e reforçar a integração entre confederação, federações e sindicatos. A meta é reduzir a distância entre decisões de política setorial e as demandas concretas das propriedades, com canais de retorno mais rápidos e soluções práticas. Entre as frentes citadas estão a padronização de fluxos internos, o acompanhamento mais próximo de indicadores de atendimento e a ampliação do uso de ferramentas que facilitem a comunicação entre técnicos, produtores e federações.

Diretoria Executiva e Conselho Fiscal: papéis no novo ciclo

A chapa liderada por João Martins inclui seis vice-presidentes que compõem a Diretoria Executiva. Cada vice-presidente assume áreas estratégicas para o funcionamento do Sistema CNA/Senar e para a representação dos produtores, com responsabilidades que podem englobar finanças, relações institucionais, articulação com as federações, formação profissional e atendimento técnico. Essas funções dão suporte à presidência e asseguram que as decisões sejam executadas com prazos e metas claras, acompanhadas por relatórios e avaliações periódicas.

O Conselho Fiscal, composto por três membros titulares e três suplentes, tem a missão de analisar periodicamente a conformidade das contas, o cumprimento das normas e a aderência da execução orçamentária ao planejamento. No cotidiano, isso significa examinar balancetes, avaliar contratos e verificar a consistência dos gastos com as prioridades institucionais. A presença ativa do colegiado, segundo a direção, reforça a transparência das decisões e dá previsibilidade à aplicação de recursos em programas de assistência e capacitação.

Planos para 2025-2029: expansão de centros de treinamento e capacitação

Entre as diretrizes anunciadas para o novo mandato está a expansão dos centros de treinamento do Sistema CNA/Senar em diferentes regiões do país. A proposta é fortalecer a rede de capacitação com unidades físicas e estruturas itinerantes conectadas às federações estaduais. A ideia central é permitir que produtores tenham acesso a cursos, oficinas práticas e atualizações técnicas sem precisar percorrer grandes distâncias. Para isso, a entidade pretende mapear lacunas regionais de qualificação e priorizar investimentos em áreas com maior demanda por formação continuada, alinhando calendário, conteúdo e carga horária às características de cada cadeia produtiva.

Os centros, conforme a Diretoria, irão trabalhar com módulos curtos e cursos mais longos, combinando atividades de campo e sala de aula. As agendas incluirão gestão de custos, planejamento de safra e ciclo pecuário, qualidade de insumos, segurança do trabalho, rastreabilidade, boas práticas de colheita e pós-colheita, bem como noções de mercado e comercialização. O objetivo é que o produtor conclua cada etapa com um plano de ação aplicável à sua realidade. A avaliação ocorrerá por meio de indicadores como taxa de conclusão, evolução de produtividade e redução de desperdícios, monitorados ao longo do tempo pelos técnicos responsáveis pela propriedade.

Assistência técnica: como funciona e quem pode participar

A assistência técnica do Sistema CNA/Senar funciona em ciclos. O técnico visita a propriedade, realiza um diagnóstico inicial e constrói, com o produtor, um plano de trabalho com metas objetivas. Em geral, o acompanhamento prevê orientações sobre manejo, planejamento de compras, controle de despesas, organização de estoque, calendário de atividades e medidas de qualidade. Ao longo do ciclo, a equipe registra os resultados, ajusta o plano e compara indicadores para medir o avanço. Essa rotina busca oferecer retorno prático, com foco em etapas simples e verificáveis, de modo a permitir que o produtor perceba os ganhos mês a mês.

A participação ocorre, em regra, por meio das federações e sindicatos, que divulgam vagas e programas específicos. Pequenos produtores têm prioridade em diversas linhas, mas propriedades de maior porte também podem ser atendidas conforme o desenho dos projetos. Para se inscrever, o interessado costuma apresentar dados básicos da atividade e aceitar o cronograma de visitas e metas de acompanhamento. Ao final de cada ciclo, é gerado um relatório com lições aprendidas, pontos de melhoria e próximos passos, que servem como base para continuidade ou para o ingresso em novos módulos de capacitação.

Desafios para o agro no próximo quadriênio: gestão, custos e mercados

A nova gestão terá pela frente um conjunto de desafios ligados à gestão das propriedades e à competitividade das cadeias. Entre os temas recorrentes estão o acesso ao crédito, a previsibilidade de custos, a logística de escoamento e a proteção contra riscos climáticos e de mercado por meio de ferramentas de gestão. Também seguem no radar as exigências de qualidade e rastreabilidade, a necessidade de padronizar processos na propriedade e a busca por escala, seja por meio de organização coletiva, seja pelo ganho de eficiência dentro da porteira. Em alguns segmentos, gargalos logísticos e de armazenagem pedem soluções combinadas entre setor público e iniciativa privada.

A CNA pretende intensificar a interlocução com órgãos reguladores e com o Legislativo em pautas que afetam o custo de produção e a previsibilidade de regras. A estratégia passa por fornecer dados técnicos, propor ajustes regulatórios quando necessário e apoiar programas que favoreçam a difusão de tecnologia e a gestão de risco. A Diretoria também avalia ampliar a oferta de cursos de gestão financeira e de formação de preços para que o produtor tenha mais instrumentos na hora de negociar compras e vendas, reduzindo a exposição a oscilações bruscas no mercado.

Repercussão entre as federações: unidade e expectativas para a nova etapa

O apoio unânime das 27 federações foi lido internamente como sinal de convergência em torno das prioridades para 2025-2029. Dirigentes consultados na sede da CNA destacaram a importância de manter a assistência técnica ativa nas regiões e de reforçar a oferta de cursos orientados à realidade de cada cadeia produtiva. A expectativa é que a estrutura nacional atue como um articulador, aproximando técnicos e produtores e acelerando a adoção de práticas de gestão compatíveis com as exigências do mercado, da indústria e do consumidor final.

Também houve manifestações em defesa do fortalecimento dos sindicatos nas bases, com o argumento de que a capilaridade local é decisiva para que orientações saiam do papel. Entre os pontos mais citados estão o atendimento a atividades de leite, grãos, frutas, hortaliças e pecuária de corte, áreas em que as demandas variam por região e exigem material didático e cronogramas específicos. A nova diretoria afirmou que seguirá a agenda com comitês temáticos e reuniões periódicas, mantendo um canal de retorno permanente com as federações estaduais.

Como são as eleições na CNA: etapas e responsabilidades

As eleições da CNA seguem um rito que começa com a convocação do Conselho de Representantes e a divulgação do calendário. Em seguida, ocorre a inscrição das chapas, o exame da documentação e a homologação dos nomes que concorrerão. No dia do pleito, a Comissão Eleitoral conduz a sessão, explica as regras, abre espaço para manifestações e organiza a votação. Encerrada a apuração, os resultados são proclamados, e a diretoria eleita tem seus mandatos formalizados, com posterior posse conforme o estatuto da entidade. Ao longo do processo, conselheiros esclarecem eventuais dúvidas e registram em ata as deliberações.

A Comissão Eleitoral atua como garantidora do cumprimento das normas e da igualdade de condições entre os participantes. O colegiado verifica quórum, validade de documentos e conformidade dos procedimentos. Em 7 de outubro de 2025, a comissão presidida por Tania Zanella conduziu a reunião em Brasília e, ao final, declarou a vitória por unanimidade da chapa encabeçada por João Martins. O registro do resultado permite à entidade iniciar os atos administrativos para o novo mandato, como a comunicação oficial às federações e a atualização dos órgãos competentes.

Linhas de ação por perfil de produtor: atendimento sob medida

Uma das diretrizes anunciadas pela Diretoria é manter ofertas adaptadas aos diferentes perfis de produtor. No caso de pequenos, o foco tende a estar em controles simples, acesso a insumos de qualidade, organização de compras e vendas e melhorias graduais de produtividade. Para médios, as pautas incluem planejamento de safra e de rebanho, adoção de rotinas padronizadas e uso de indicadores de desempenho. Já grandes empreendimentos costumam demandar programas de liderança de equipes, padronização de processos e calibragem fina de custos, além de módulos de compliance e de governança.

Segundo técnicos do Sistema CNA/Senar, a combinação entre capacitação e assistência técnica é o que sustenta mudanças práticas dentro da propriedade. Um exemplo frequente é o acompanhamento de propriedades de leite, em que o técnico define, com o produtor, um plano de alimentação, sanidade, ordenha e gestão de estoque de insumos. Ao medir indicadores como produção por animal, intervalo entre partos e custo por litro, é possível direcionar investimentos e priorizar ações que dão retorno mais rápido. Em grãos, rotinas de planejamento de plantio e colheita, manutenção preventiva e logística de transporte costumam estar no topo da lista.

Métricas e acompanhamento: como medir resultados no campo

A CNA pretende intensificar o uso de indicadores para acompanhar a efetividade dos programas. Entre as métricas acompanhadas com frequência estão evolução de produtividade, custo por unidade produzida, redução de perdas e taxa de adoção de rotinas recomendadas. A avaliação é feita a partir de dados coletados nas visitas técnicas e em relatórios periódicos, comparando a situação inicial com os resultados obtidos ao longo do ciclo. Com isso, a equipe identifica gargalos, recomenda ajustes e decide se o produtor está pronto para avançar para módulos mais complexos ou se precisa reforçar conteúdos básicos.

Além de medir os resultados dentro da porteira, a entidade acompanha indicadores de adesão e permanência nos cursos, tempo médio de atendimento e satisfação dos participantes. O objetivo é assegurar que os conteúdos estejam aderentes às demandas das regiões e que a metodologia seja clara para quem está no campo. A partir desse acompanhamento, o Sistema CNA/Senar ajusta a carga horária, revisa materiais didáticos e organiza turmas conforme a sazonalidade das atividades, evitando choques com momentos críticos de plantio, colheita ou manejo do rebanho.

Perguntas e respostas: o que muda com a reeleição

O que muda na prática? A reeleição por unanimidade indica continuidade da agenda iniciada nos últimos anos, com foco em ampliar o alcance da assistência técnica e consolidar a rede de capacitação. A Diretoria sinaliza que haverá mais centros de treinamento, ampliação de turmas e atualização de conteúdos voltados à gestão, qualidade e rastreabilidade. Como isso chega à propriedade? Por meio das federações e sindicatos, que organizam turmas, definem critérios de participação e acompanham a execução em campo. O produtor deve se informar localmente sobre o calendário e as vagas disponíveis.

Há meta de novos atendimentos? A direção citou que a marca de quase 480 mil pequenos produtores assistidos foi alcançada e que a meta inicial de 400 mil foi superada. Com a expansão de centros de treinamento, a expectativa é elevar a capacidade de atendimento, priorizando regiões com maior demanda e cadeias que necessitam de reforço técnico. O que esperar dos cursos? Conteúdo objetivo, módulos curtos e trilhas que permitem evolução contínua. O produtor sai com plano de ação para aplicar de imediato, e a equipe técnica retorna para acompanhar resultados e ajustar rotas quando necessário.

Próximas etapas após a votação: formalização e posse

Com o resultado proclamado em 7 de outubro de 2025, a CNA inicia os atos de formalização. Entre os procedimentos internos estão a comunicação oficial às federações, a atualização de registros e a organização do calendário de reuniões estratégicas da nova diretoria. Em seguida, ocorre a posse, conforme as regras internas da confederação, abrindo oficialmente o quadriênio 2025-2029. A partir daí, são definidos os responsáveis por áreas específicas, a alocação de recursos nos programas e o cronograma de entregas para os primeiros meses do mandato.

A equipe também revisa o planejamento anual para alinhar prioridades e metas de curto prazo, como o início de novas turmas de capacitação, os roteiros de visitas técnicas e a elaboração de relatórios de acompanhamento. A orientação é que federações e sindicatos atualizem a demanda local para que a confederação distribua vagas e recursos de acordo com a necessidade de cada região. Com isso, a reeleição se traduz em ações operacionais já no começo do novo ciclo, com entregas que possam ser verificadas pelos produtores em seus municípios.

Dicas práticas para o produtor aproveitar a nova fase

Para quem pretende participar dos programas do Sistema CNA/Senar, vale organizar um conjunto básico de informações antes de buscar uma vaga: área total e área produtiva, histórico de produção e venda, principais custos, maquinário disponível e rotina de manejo. Esses dados ajudam o técnico a montar um plano de ação mais preciso, com metas factíveis e prazos claros. Também é recomendável definir quais são as três prioridades do momento na propriedade, como reduzir perdas, melhorar a qualidade do produto ou organizar as contas. Com objetivos definidos, o acompanhamento tende a ser mais focado e efetivo.

Outra dica é acompanhar o calendário local de cursos e estar atento às janelas do ano em que a agenda da propriedade permite dedicar tempo à formação. Em alguns casos, a combinação entre módulos presenciais e acompanhamento em campo reduz deslocamentos e facilita a conciliação com as tarefas diárias. Ao final de cada curso, mantenha os registros do que foi aprendido e das mudanças implementadas. Esse histórico serve de base para planejar o próximo ciclo e para demonstrar, em dados, os resultados alcançados com a assistência técnica.

O que observar na gestão: controles simples que fazem diferença

Controles simples podem trazer ganhos imediatos à rotina da propriedade. Um caderno ou planilha com entradas e saídas, por exemplo, permite identificar picos de custo, comparar fornecedores e planejar compras com antecedência. O registro de volumes produzidos, perdas e qualidade do produto ajuda a entender onde estão os gargalos e o que precisa de atenção. A partir dessas informações, o produtor decide se deve priorizar manutenção de maquinário, revisão de rotina de manejo ou ajustes na programação de colheita e transporte.

No acompanhamento técnico, indicadores são escolhidos de acordo com a atividade. Em pecuária de corte, atenção a ganho médio diário, taxa de lotação e conversão alimentar. Em leite, custo por litro, produção por animal e qualidade. Em grãos, produtividade por talhão, índice de perdas na colheita e eficiência do uso de insumos. O foco é transformar dados em decisões práticas, priorizando ações com maior retorno em curto e médio prazos. A repetição dos registros, mês a mês, permite medir a evolução e corrigir rota quando necessário.

Calendário setorial e integração com cadeias produtivas

A Diretoria da CNA planeja articular o calendário de capacitações às janelas das principais cadeias produtivas. Em regiões de grãos, os cursos tendem a ocorrer em períodos que não conflitam com plantio e colheita. Em leite, as turmas são ajustadas à rotina de manejo e às particularidades do rebanho. Em frutas e hortaliças, a programação leva em conta ciclos mais curtos e variações de demanda. Essa sintonia com o calendário ajuda a aumentar a adesão e a manter a regularidade do acompanhamento técnico, evitando interrupções nos momentos de maior carga de trabalho.

A integração com a indústria e com a distribuição também compõe a agenda. A CNA pretende estimular conversas entre produtores, compradores e prestadores de serviço para alinhar padrões de qualidade e prazos de entrega, reduzindo ruídos na cadeia. Em alguns casos, parcerias regionais com cooperativas e associações permitem organizar compras coletivas, melhorar a logística e padronizar rotinas. Com isso, o produtor acessa insumos em melhores condições e tem mais previsibilidade para cumprir contratos de venda, o que contribui para estabilizar o caixa ao longo do ano.

O papel das federações estaduais no dia a dia do produtor

As federações estaduais são o elo entre a confederação e a realidade local. São elas que organizam turmas, captam demandas e mobilizam sindicatos para que os programas cheguem a quem precisa. Na prática, isso significa definir locais de aula, selecionar instrutores, divulgar prazos de inscrição e acompanhar o desempenho das turmas. Também cabe às federações registrar resultados e repassar à CNA informações sobre gargalos e necessidades específicas, permitindo que o planejamento nacional seja ajustado com base em evidências vindas do campo.

Para o produtor, ter uma federação ativa na região facilita o acesso a capacitações e amplia as chances de atendimento técnico. Quem busca uma turma pode verificar junto à federação e ao sindicato mais próximo quais cursos estão previstos e como se inscrever. Em áreas com grande demanda, é comum a criação de novas turmas ou a ampliação do número de vagas. Esse fluxo permanente de informação entre base e confederação ajuda a manter o calendário atualizado e garante que recursos sejam direcionados aonde fazem mais diferença.

Como o produtor pode se preparar para receber a equipe técnica

Receber a equipe técnica com dados organizados acelera o diagnóstico e encurta o caminho até as primeiras melhorias. Separar notas de compra, registros de produção e um mapa simples da propriedade ajuda a entender a estrutura do negócio. É útil listar problemas mais urgentes, como variação de produção, perdas na colheita, dificuldade de acesso a insumos ou dúvidas sobre preço de venda. Quanto mais preciso for o relato, mais direcionadas serão as orientações, o que aumenta a chance de resultados rápidos e verificáveis.

Outro ponto é alinhavar o calendário de visitas. Conciliar as datas com períodos de menor pressão operacional evita que o atendimento seja interrompido por falta de tempo. A equipe técnica costuma combinar uma primeira rodada de ações de impacto — ajustes de manejo, organização de estoque, rotinas de manutenção — e depois avançar para metas de médio prazo. A ideia é construir evolução contínua, respeitando a realidade de cada propriedade e sem sobrecarregar a rotina do produtor.

Bolsões de demanda e regionalização do atendimento

O Brasil reúne realidades distintas, e a regionalização do atendimento é vista como um caminho para ganhar eficiência. Em áreas com forte presença de leite, por exemplo, a demanda por cursos de qualidade, gestão de custos e sanidade animal tende a ser maior. Já em regiões de grãos, há interesse recorrente em planejamento de safra, pós-colheita e logística. Para frutas e hortaliças, materiais específicos de colheita e conservação ajudam a reduzir perdas. A CNA trabalha com as federações para mapear esses bolsões e dimensionar a oferta de acordo com a necessidade local.

A estratégia de regionalização também favorece a formação de turmas com perfil semelhante, o que torna as aulas mais dinâmicas e os exemplos mais aderentes ao dia a dia dos participantes. Nos atendimentos em campo, a equipe técnica utiliza protocolos que consideram clima local, infraestrutura de transporte e disponibilidade de serviços. O resultado esperado é um plano de ação mais realista, que leve em conta os recursos existentes e a capacidade operacional da propriedade, sem impor mudanças que dependam de condições indisponíveis na região.

O discurso de reeleição: metas, resultados e continuidade de programas

No discurso após a proclamação do resultado, João Martins agradeceu às federações estaduais e citou o avanço dos programas de assistência técnica. Ele relembrou o compromisso assumido quando chegou à presidência, há oito anos, de ampliar o atendimento em propriedade de pequeno porte. Segundo a CNA, a marca atual já alcança quase 480 mil produtores acompanhados, superando a meta inicial de 400 mil. A nova gestão manterá a ênfase na formação de equipes técnicas, na padronização de metodologias e na expansão de centros de treinamento em diferentes regiões do país.

A Diretoria enfatizou que a consolidação de rotinas de governança permanecerá como prioridade. Isso inclui processos internos mais objetivos, acompanhamento de metas e relatórios de desempenho. A expectativa é que a sinergia entre CNA, federações e sindicatos reduza prazos de resposta e facilite a distribuição de recursos de acordo com a demanda mapeada. A orientação é que os programas continuem a entregar resultados mensuráveis nas propriedades, com foco em produtividade, qualidade e organização financeira.

Comissão Eleitoral: quem compôs e como atuou

A Comissão Eleitoral responsável pelo pleito foi formada por três nomes com experiência em entidades e na administração pública. A presidência ficou com Tania Zanella, superintendente da OCB. O advogado da União Maximiliano Ferreira Temer integrou o colegiado, assim como Nilson Leitão, vice-presidente tesoureiro do Instituto Pensar Agropecuária (IPA). O grupo conduziu a sessão de 7 de outubro de 2025, acompanhou a apresentação da chapa, conferiu a documentação e organizou a votação. Ao final, proclamou o resultado e registrou em ata a reeleição por unanimidade de João Martins.

Segundo os presentes, o trabalho da comissão garantiu clareza de regras e previsibilidade de etapas, reduzindo dúvidas e acelerando o rito de votação. O formato adotado contemplou a leitura dos critérios, a verificação do quórum e a homologação dos resultados. A atuação do colegiado é considerada central para dar segurança jurídica aos atos e para assegurar que todos os participantes tenham acesso às mesmas informações ao longo do processo.

Impacto esperado: do planejamento à execução no campo

A continuidade da atual linha de trabalho tende a acelerar a transição do planejamento para a execução diária nas propriedades. Com mais centros de treinamento e itinerários de capacitação, a expectativa é que produtores tenham acesso a conteúdos práticos e atualizados. O atendimento técnico permitirá adaptar as recomendações à realidade de cada propriedade, considerando estrutura, equipe, calendário e fluxo de caixa. A combinação entre cursos e visitas gera uma rotina de melhoria contínua, com ganhos distribuídos ao longo do tempo e medidos por indicadores claros.

Para quem atua em cadeias com preços mais voláteis, o reforço em gestão de custos e planejamento de compras e vendas pode reduzir riscos. Em atividades com margens apertadas, ajustes de processo e padronização de rotinas tendem a trazer ganhos imediatos. Nos dois casos, acompanhamento próximo e metas realistas evitam frustrações e ajudam a priorizar ações que cabem no orçamento. Ao final de cada ciclo, relatórios consolidados indicam o que funcionou, o que precisa de correção e quais são as próximas oportunidades de ganho.

Anote: pontos de atenção para 2025-2029 no setor produtivo

O quadriênio 2025-2029 deve manter no radar temas que influenciam diretamente a gestão. Questões como crédito rural, prazos de financiamento, seguros, armazenagem e logística seguem entre as prioridades de discussão com o poder público e com instituições financeiras. O setor também observa mudanças de regras e padrões de qualidade, o que exige atualização constante de materiais didáticos e de protocolos de atendimento. Em paralelo, a difusão de tecnologia e o uso de dados para tomada de decisão continuarão no centro da agenda de capacitações do Sistema CNA/Senar.

O diálogo com cadeias e com o varejo é outro eixo que tende a ganhar força, sobretudo para alinhar volumes, prazos de entrega e padrões técnicos. A CNA pretende acompanhar essas demandas e repassá-las com rapidez aos programas, ajustando conteúdos e priorizando temas de maior impacto para o produtor. Em regiões com gargalos recorrentes, o planejamento é concentrar esforços em módulos práticos e no reforço de equipes técnicas, para que orientações saiam do papel e se convertam em rotina nas propriedades.

O que dizem produtores que já passaram por assistência técnica

Relatos coletados por federações estaduais indicam que a combinação entre cursos e visitas técnicas ajuda a organizar a rotina e a priorizar investimentos. Em propriedades de leite, por exemplo, a simples padronização de horários de ordenha e a revisão do manejo de alimentação mostraram impactos em qualidade e volume, quando acompanhadas por registros e metas claras. Em grãos, a checagem de regulagens de colheitadeira e a programação de transporte reduziram perdas em momentos críticos da safra. Esses ganhos tendem a se somar ao longo do tempo quando há disciplina no uso de controles básicos e continuidade no acompanhamento.

Outro ponto enfatizado é o valor de materiais didáticos objetivos, com linguagem direta e exemplos próximos da realidade do aluno. A partir de conteúdos práticos, o produtor identifica rapidamente o que pode ser aplicado no dia seguinte. Quando o técnico retorna, verifica se os passos foram cumpridos e, se necessário, reorienta a rota. Esse ciclo de tentativa, monitoramento e ajuste minimiza desperdícios e evita investimentos fora de hora, o que é especialmente importante em momentos de aperto no caixa.

Sinalizações finais: integração, capilaridade e metas com resultados verificáveis

Com a reeleição de João Martins, a CNA reforça a estratégia de integrar decisões de política setorial com a execução de programas de campo. A Diretoria aponta que o sucesso da nova etapa depende do alinhamento com as federações e do funcionamento contínuo dos centros de treinamento. A promessa é trabalhar com metas verificáveis, relatórios periódicos e indicadores de desempenho que permitam acompanhar, em números, o que acontece nas propriedades atendidas. A orientação é que as prioridades sejam definidas com base na demanda real dos produtores e que os recursos sejam direcionados a ações com retorno concreto.

A votação de 7 de outubro de 2025 encerrou um ciclo de discussões internas com resultado unânime, dando à nova gestão um ponto de partida sólido para o quadriênio 2025-2029. A agenda de trabalho mira ampliar o alcance da assistência técnica, consolidar a modernização do Sistema CNA/Senar e fortalecer a rede de capacitação em todas as regiões. Para quem está no campo, a orientação é acompanhar o calendário local, organizar informações da propriedade e buscar as turmas que mais dialogam com a sua realidade, de forma a transformar orientações em rotina e metas em resultados.



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